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O Paraguai venceu com a eleição presidencial de Santiago Peña

''O eleitor paraguaio parece estar bem-informado, percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem''


03/05/2023 04:00

Santiago Peña, de 44 anos, foi eleito sucessor do seu correligionário do Partido Colorado, Mário ''Marito''
Santiago Peña, de 44 anos, foi eleito sucessor do seu correligionário do Partido Colorado, Mário ''Marito'' (foto: NORBERTO DUARTE/AFP)

O povo paraguaio acaba de eleger novo presidente. Santiago Peña, de 44 anos, sucede a seu correligionário do Partido Colorado, Mário “Marito” Abdo, amigo paraquedista de Bolsonaro. Peña fez 43% dos votos, superando a coligação centro-esquerda com 27%. Foi também uma derrota da igreja progressista, que apoiou o perdedor. É a maior vitória da centro-direita, porque elegeu 15 dos 17 governadores e a maioria da Câmara e do Senado. Mais do que isso, o vitorioso em confiabilidade foi o sistema eleitoral eletrônico com comprovante impresso. Em duas horas, resultado confiável. Um modelo para o Brasil.

O eleitor paraguaio parece estar bem-informado. Percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem. O da Argentina é um fiasco. No câmbio livre, são necessários 300 pesos para comprar um dólar. E pensar que o ministro da Fazenda do Brasil queria moeda única com o Mercosul. No entanto, o governo do Brasil quer ajudar com financiamentos, pois lá é ano eleitoral. O problema é achar garantias. O chileno Boric, depois que um plebiscito recusou sua constituição neo-esquerdista, perdeu o rumo e já não sabe o que fazer.

Na Bolívia, a vitória de Arce parecia dar força a Evo Morales, mas o país ficou capenga com a hostilidade ao investimento privado e o câmbio fixo; sem reservas, está com dificuldades de importar. Na Colômbia, o presidente Petro perde maioria no Congresso e ganha protestos nas ruas; no Peru, acabou na prisão o presidente esquerdista Castillo e a vice anda perdida; os protestos nas ruas já deixaram 39 mortos. No México, Obrador tentou restringir a oposição numa lei eleitoral e agora enfrenta as ruas.

Quando não produz apenas fracassos, a esquerda latino-americana tem sucesso ao implantar ditaduras, como é de sua ideologia. Cuba é a mais antiga delas; além de antiga, antiquada. Nicarágua e Venezuela seguem-lhe os passos. É de sua natureza: censura, prisões, autoritarismo. Uma vitrina para os brasileiros mirarem, com espelhos ao fundo. Votamos assim, teremos um destino assim. Deixamos de amar a Constituição, que nos garante como estado democrático de direito; o descumprimento de leis é corrente; a existência de três poderes é lesada pela hegemonia do Supremo, o único poder sem a chancela do voto popular.

O Paraguai atrai investimentos brasileiros com um sistema tributário sensato e segurança jurídica. No Brasil, há fuga de capitais e de gente, por insegurança pessoal, patrimonial e jurídica. Se tivéssemos o comprovante do voto eletrônico, como no Paraguai, poderíamos garantir mais a vontade dos eleitores. Por enquanto, vivemos mais um degrau para o totalitarismo: o projeto para censurar as redes sociais, sem respeitar Constituição, que em 1988 baniu “toda e qualquer censura”. A História nos conta que ganhamos a Guerra do Paraguai. Mas foi em 1870. Agora eles estão ganhando.



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