- Goretti, o Galo ganhou! O Galo ganhou! O Galo é campeão brasileiro de novo! Reúna a turma aí pra espalhar a notícia. Chame nosso irmão, o Cecé, e diga que a paixão febril de cortar a BR-381, de Ipatinga ao Mineirão, não foi esquecida. Fale com a Tia Iaiá que as orações dela, com o terço entrelaçado às mãos durante os jogos junto ao radinho, serviram pra abençoar o Galo que ela venerou. Ao Zé, que forjou uma legião de primos atleticanos, descreva como a cidade simplesmente não dormiu.
É nestes atleticanos em especial, nos que se foram, como a Goretti, o Cecé, a Tia Iaiá, o primo Zé, como também em figuras como Seu Enyr, pai do meu amigo Beto, que penso num momento que é como um réveillon para todos os torcedores. Esses, como milhares de milhares de milhares, ajudaram a propagar uma cultura de amor pela camisa, a tornando imortal.
Agora bicampeão brasileiro, esse atleticano se sente o dono dos ponteiros do relógio. Digo dos veteranos, porque os novos não carregaram esse peso, campeões da Libertadores (2013), Copa do Brasil e Recopa Sul-Americana (2014).
E onde mora o segredo deste Brasileiro de 2021? Acima de tudo, no equilíbrio. Poucas vezes o Atlético teve à disposição um time que tão bem traduzisse esse conceito de homogeneidade. Agradeçam por isso especialmente a Cuca, o técnico que herdou da equipe de Sampaoli uma espinha dorsal boa, mas instável, ganhou mais algumas peças-chave, e que soube dar o exato tempero para que a segurança que sobrasse no ataque não faltasse no meio-campo ou na defesa.
Então, Goretti, Cecé, Tia Iaiá, Zé, Seu Enyr, que simbolizam uma legião gigantesca, façam o carnaval alvinegro onde quer que estejam. O Galo ganhou! O Galo é bicampeão brasileiro!