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Nova tecnologia informará quando é seguro avançar cruzamentos

"Acidentes poderão ser evitados antes mesmo de se alcançar a segurança de nível mais alto que os veículos autônomos prometem"


postado em 04/01/2020 04:00 / atualizado em 04/01/2020 09:48

Sistema desenvolvido pela Toyota e a Weathernews amplia a conectividade dos veículos ao incluir informações de que os limpadores de para-brisa estão funcionando de modo contínuo(foto: Arquivo pessoal)
Sistema desenvolvido pela Toyota e a Weathernews amplia a conectividade dos veículos ao incluir informações de que os limpadores de para-brisa estão funcionando de modo contínuo (foto: Arquivo pessoal)

 
Embora os carros autônomos estejam entre as prioridades de vários conglomerados – de fabricantes de automóveis a sistemistas e empresas de tecnologia da informação –, é possível que alguns avanços se tornem viáveis antes até de se conseguir uma homologação completa para ruas e estradas. Pesquisas em universidades têm contribuído para explorar pontos específicos e já alcançam resultados promissores.
 
Um exemplo vem do Massachusetts Institute of Technology (MIT), famosa academia particular americana fundada em 1861, na cidade de Cambridge, naquele estado. Em colaboração com a Toyota, o MIT desenvolve um modelo científico para ajudar a determinar quando é seguro avançar em cruzamentos, se a visão está obstruída por obstáculos como edificações e outros veículos.
Para tanto, avalia todos os fatores críticos, além dos visuais, como ruído do tráfego, velocidade dos carros e até o nível de atenção de outros motoristas. O sistema, então, pode sugerir parar, avançar ou só acelerar ligeiramente para captar e analisar mais dados. Exatamente como um motorista prudente reage em um cruzamento mais perigoso. Os sistemas atuais podem falhar quando a linha de visão de lidares (medidores de distância a laser) e câmeras é encoberta por barreiras físicas estáticas ou móveis.
 
Essa tecnologia se assemelha à apresentada pela Nissan em janeiro de 2019, no salão CES, em Las Vegas, ainda em estágio inicial. Foi batizada de Invisible-to-Visible (invisível-a-visível, em tradução livre). O objetivo é o mesmo de aumentar a segurança, especialmente em cruzamentos.
O sistema do MIT já foi testado em mais de 100 situações diferentes com veículos controlados remotamente em cidade cenográfica. As experiências envolvem carros totalmente autônomos e outros dirigidos por pessoas, porém, assistidos pela tecnologia do instituto. O índice de sucesso tem variado entre 70% e 100%. Os pesquisadores planejam incluir novos fatores de risco, entre os quais a simulação de pedestres no entorno.
 
Se tudo caminhar conforme o previsto, acidentes poderão ser evitados antes mesmo de se alcançar a segurança de nível mais alto que os veículos autônomos prometem. Conquistas parciais significam também preços mais acessíveis, como comprova o recurso de frenagem autônoma de emergência, que já foi muito caro e começa a baixar de preço com o aumento de escala de produção em nível mundial.
 
Uma ideia mais simples para ajudar na segurança do trânsito uniu a Toyota e a empresa de previsão do tempo Weathernews. A iniciativa está sendo testada em três cidades do Japão: Tóquio, Osaka e Aichi, desde novembro passado. Consiste em ampliar a conectividade dos veículos ao incluir informações de que os limpadores de para-brisa estão funcionando de modo contínuo.
 
Isso permite relatórios bem mais precisos e antecipados sobre chuvas e pistas escorregadias. Em geral, radares meteorológicos são usados para previsão do tempo com alto grau de acerto. A Weathernews também recebe avisos de usuários das vias por meio da rede móvel de internet, mas depende da iniciativa de cada motorista. Ao automatizar o processo em tempo real, mais usuários poderão se beneficiar, em especial quando as condições mudarem repentinamente. Ou seja, dá para monitorar até variações do microclima.

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