O país demandará média de 70 mil profissionais especializados em tecnologia da informação e comunicação por ano, até 2024, mas só forma 46 mil, de acordo com a associação brasileira que representa o setor, a Brasscom. Diante desse cenário de escassez, percebe-se a expansão e valorização de edtechs – como são chamadas as startups da área de educação –, especialmente daquelas relacionadas à formação de habilidades digitais. Nesta semana, por exemplo, a mineira Trybe (foto), fundada há apenas seis meses, anunciou o seu segundo aporte, de R$ 42 milhões, liderado pelo fundo Atlantico e composto por outros investidores, como Canary, Global Founders Capital, e.Bricks, Maya e Norte.
A startup mineira, que anteriormente já havia captado uma rodada seed liderada pelo Canary e com participação de e.Bricks, Maya e Joa (fundo de investimento do apresentador Luciano Huck) e que contou, também, com investidores pessoas físicas de peso, como Armínio Fraga e Ronaldo Lemos, é uma escola já referência em formação para as profissões digitais mais procuradas pelo mercado (há fila de espera para parcerias) e a que mais investe na capacitação dos estudantes.
O objetivo da Trybe é acelerar carreiras, principalmente em desenvolvimento de software. Entre os diferenciais está o programa, com duração de 12 meses, que conta com mentorias individuais e uma série de desafios práticos para potencializar a formação dos estudantes. Além disso, oferece o Modelo de Sucesso Compartilhado (MSC), em que a pessoa não precisa pagar nada até conseguir um trabalho que o remunere no mínimo com R$ 3.500 por mês.
Segundo o CEO da startup, Matheus Goyas, o valor do investimento será usado majoritariamente para investir na qualidade da formação dos estudantes. “A Trybe só ganha quando o estudante tem o sucesso profissional. Isso nos obriga a oferecer não só as melhores práticas de ensino, como também investir cada vez mais na qualidade da formação. Afinal, se nossos estudantes não forem bons profissionais, eles não terão sucesso e, consequentemente, nós perdemos com isso”, afirma.
Presente hoje em Belo Horizonte, São Paulo, Itajubá e Florianópolis, a expansão também está no radar: espera chegar a 600 estudantes neste ano e a 3 mil até 2021. A Trybe foi fundada por Matheus Goyas, João Duarte, Rafael Torres, Claudio Lensing e Marcos Moura, ao lado de seus antigos sócios e equipe da AppProva – startup de dados e avaliação fundada pelo grupo em 2012 e adquirida pela Somos Educação em 2017.
Verdemar, vegetarianos e veganos
Atento à transformação dos hábitos de consumo, o supermercado Verdemar aposta em produtos que atendam vegetarianos, veganos, intolerantes e alérgicos. De acordo com o diretor comercial do supermercado, Alexandre Poni, o mercado de proteínas alternativas é uma tendência que veio para ficar. Segundo o último estudo do Ibopoe, de 2018, o número de pessoas que se declaram vegetarianas no país quase dobrou, saindo de 8% para 14% em apenas seis anos. A mesma pesquisa aponta, ainda, que mais da metade dos entrevistados (55%) consumiria mais produtos do nicho se existissem indicações sobre eles no ponto de venda.
Ovos vegetais na prateleira
A nutricionista do supermercado Verdemar Érica Ventura destaca o lançamento do N.ovo, do Grupo Mantiqueira, como uma das novidades comercializadas no supermercado em 2020. “Trata-se da primeira linha de ovos 100% vegetais, produzidos à base de amido de ervilha, proteína de ervilha e linhaça dourada. É o substituto ideal do ovo de galinha no preparo de pães, massas, panquecas e outras receitas”, diz. Segundo ela, também são destaques na rede o suplemento alimentar à base de proteína de amêndoas, que substitui o Whey Protein, para frequentadores de academias e pessoas que desejam ganhar musculatura, e o “futuro búrguer”, feito de ‘carne’ vegetal.\
Ouse ser diferente
Pedro Superti, especialista em marketing de diferenciação (jargão que define técnicas e estratégias para um negócio ser mais autêntico), acaba de lançar o livro Ouse ser diferente (Buzz Editora). Com experiência de 20 anos em marketing e CEO da Para o Alto e Avante, ele desenvolveu palestras, cursos e eventos que são sucesso, como o Fator X, que reuniu 8 mil empreendedores em três dias, em São Paulo, em janeiro deste ano. Mais do que como vender um produto ou serviço, ele ensina a vender um propósito, tornando a concorrência “irrelevante”. Confira entrevista exclusiva com Pedro Superti em www.em.com.br/economia.