Brasilândia de Minas – Empresários e moradores de Brasilândia de Minas, com cerca de 14 mil habitantes, já se preparam para colher os bons ventos que sopram em direção à pacata cidade do Noroeste do estado, a 490 quilômetros de Belo Horizonte. O anúncio feito pela Petrobras de que a estatal descobriu uma jazida de gás natural, a 15 quilômetros da sede do município, levou boa parte da população a sonhar com a possibilidade de o lugarejo se transformar no novo eldorado das Gerais. A estatal, porém, ainda não concluiu o estudo sobre a extensão e o volume exatos da reserva.
A descoberta, já comunicada à Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), provocou um clima de otimismo na população. “Construímos cinco quartos e estamos reformando outros quatro aposentados”, diz a recepcionista Rosimere Ferreira da Rocha, de 19 anos, que trabalha no Hotel Central.
A empresária Selma Resende, de 40, proprietária da Churrascaria Flamboyant, já empregou, nos últimos 12 meses, 10 pessoas para atender a nova clientela, formada principalmente pelos operários da estatal. “O movimento aumentou cerca de 40%”, disse. Uma de suas novas ajudantes é Fabiana Pereira Salgado, de 22. “Trabalhava numa padaria, mas vim para cá para ganhar mais.”
Os moradores acreditam que vários outros empregos e investimentos vão chegar à região. O governo federal, por meio da Petrobras, já teria reservado cerca de US$ 1,2 bilhão para a construção de duas termelétricas nas proximidades da jazida, batizada de Oseas, numa alusão ao profeta esculpido por Aleijadinho.
O canteiro de obras, erguido na Fazenda Canaã, ocupa uma área de aproximadamente 5 mil metros quadrados, onde está a sonda 109, usada para perfurar o rígido solo cercado por florestas de eucaliptos. O vaivém de carretas na propriedade chama atenção de quem mora na vizinhança.
Algumas chegaram ao local para transportar até Fruta Danta, distrito de João Pinheiro, também no Noroeste do estado, imensas peças da sonda. A Petrobras, nas próximas semanas, começará a erguer no município o poço Amos, previsto para ter 2,3 mil metros de profundidade. O nome também homenageia o artista do barroco mineiro.