Dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, alertam para uma realidade preocupante em Minas: o estado está entre os cinco do País onde as mulheres ganham menos em relação aos homens. O rendimento mensal das trabalhadoras é de 70,4% do salário masculino, ficando na frente apenas de Goiás (69,8%), São Paulo (69,7%), Paraná (68,8%) e Santa Catarina (67,4%).
Se comparado com o censo demográfico de 2000, a proporção do salário feminino em relação ao masculino subiu 5,4 pontos percentuais em Minas. No entanto, outros estados que estavam atrás, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, apresentaram um aumento superior, ultrapassando a média mineira.
Desigualdade entre regiões
Cerca de 788 km de estrada separam São João do Pacuí, no Norte de Minas, e Pirajuba, no Triângulo Mineiro. Mas a 'distância' entre elas parece ficar maior ainda quando comparados os dados de rendimento médio de homens e mulheres nos dois municípios. Os números divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira mostram que enquanto os trabalhadores da primeira têm uma renda média de R$ 300 por mês, na outra o ganho é de R$ 800.
O exemplo das duas cidades de pouco mais de quatro mil habitantes reflete a realidade das regiões. Se analisados apenas os dados dos trabalhadores homens, somente em três cidades do Norte mineiro a renda é superior aos R$ 511, enquanto no Triângulo nenhum município tem média inferior a este valor. Quando analisado o ganho das mulheres, a renda é mais bem distribuída entre as regiões, mas outra realidade grave é revelada: em apenas 30 cidades do estado o salário das trabalhadoras supera os R$ 511/mês.
Rendimento em domicílios
Se considerados os dados de todo o País, o rendimento real mensal dos domicílios particulares permanentes apresentou elevação de 15,5%, de 2000 para 2010. Em todas as regiões houve ganho real no rendimento domiciliar, de 2000 para 2010, sendo que o menor foi o da Região Sudeste (11,0%). Entre os estados da região, Minas Gerais é o que apresenta a menor média, de R$ 2.442.