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Estado de Minas

Norte de Minas está na rota da energia limpa e renovável

Boas condições de geração com fontes renováveis na região já atraíram até investimentos de R$ 150 mi de multinacional


postado em 04/06/2012 06:44 / atualizado em 04/06/2012 07:25

No Ceará, captação eólica se destaca. Há projetos parecidos em Serra de Francisco Sá e em Pirapora(foto: (Luiz Ribeiro/EM/D.A Press - 12/2/10))
No Ceará, captação eólica se destaca. Há projetos parecidos em Serra de Francisco Sá e em Pirapora (foto: (Luiz Ribeiro/EM/D.A Press - 12/2/10))
A geração de energia limpa e renovável desponta como mais uma oportunidade de bons negócios no Norte do estado. A região tem bom potencial para aproveitamento de algumas dessas fontes. E de olho nesse mercado promissor, lideranças empresariais já se mobilizam para atrair investidores. “A nossa meta é mostrar para os investidores e empreendedores que existe uma oportunidade muito boa para se fazer investimentos em fontes alternativas de energia na nossa região, na energia solar, na eólica e na gerada pela biomassa”, afirma o presidente da Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Adenor), Elmar Santana.

Como uma das principais estratégias para atrair investidores, a Adenor promove hoje e amanhã, em Capitão Enéas, o 1º Congresso Norte Mineiro de Energias Renováveis. A escolha da cidade para sediar o evento não foi por acaso. O município, distante 471 quilômetros de Belo Horizonte, vai receber a maior usina de energia solar voltaica da América Latina, num investimento de R$ 150 milhões, da multinacional chinesa Sky Solar, que vai gerar 30MW de energia, o suficiente para atender uma cidade de 200 mil habitantes. Para isso, firmou um protocolo de intenções com o governo do estado e com a prefeitura e adquiriu um terreno no município, no qual vai implantar painéis voltaicos. Os chineses dominam a tecnologia no setor, sendo os maiores geradores de energia solar do planeta. Um representante da empresa, o diretor de Negócios para a América Latina e Mercados Emergentes, Jaime Gomes Aragon, inclusive vai proferir palestra sobre o incentivo ao desenvolvimento da energia solar voltaica.

Elmar Santana destaca que estudos já comprovaram as grandes potencialidades do Norte de Minas para a geração e o aproveitamento de energia limpa. “No caso da energia eólica, por exemplo, temos dois sítios geradores, um na Serra de Francisco Sá (município homônimo) e outro na região de Pirapora, às margens do Rio São Francisco”, afirma o presidente da Adenor, lembrando que estudos comprovaram que a velocidade do vento nas duas regiões torna viável a instalação dos equipamentos (turbinas em formato de cata-ventos) para a geração de energia. Hoje, no Brasil, a geração de energia eólica está mais avançada em estados nordestinos como Ceará e Rio Grande do Norte e também no Rio Grande do Sul (Parque Eólico de Osório).

“Na questão da energia solar temos um nível de insolação muito grande”, observa Elmar Santana, que tem experiência no setor energético como ex-diretor e funcionário aposentado da Cemig. Ele destaca que um fator positivo para os investidores é o custo da terra no Norte de Minas – bem mais baixo do que em outras regiões. Além disso, acrescenta: “A região é cortada por várias linhas de transmissão de energia, o que facilita a integração com o sistema nacional. As linhas de transmissão das usinas hidrelétricas de Irapé (Vale do Jequitinhonha) e de Três Marias (Região Central), interligadas com o sistema nacional, atravessam o Norte de Minas”.

Ele lembra ainda que a instalação de equipamentos para a geração de energia solar e de energia eólica nos municípios da região vai resultar em benefícios para as empresas sediadas por ali. “Com a energia sendo gerada na própria região, haverá a redução das perdas verificadas ao longo das redes de transmissão, entre o ponto de geração e o ponto de carga”, diz Elmar Santana.

O ex-diretor da Cemig lembra ainda que o Norte de Minas tem um grande potencial para a geração de energia retirada da biomassa. Uma das alternativas é o aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar, que pode ser cultivada em larga escala em áreas do Jaíba, o maior projeto de irrigação em área contínua da América Latina. “Não temos recursos hídricos para gerar energia, mas temos outras fontes de energia renovável que, sendo bem aproveitadas, podem contribuir muito para o desenvolvimento da região”, lembra Santana.

Com potencial
Veja quais são as alternativas a serem exploradas na região

>> ENERGIA EÓLICA – É aquela gerada pelo vento. Desde a antiguidade esse tipo de energia é usado pelo homem, principalmente nas embarcações e moinhos. Ela é de grande importância por se tratar de uma fonte limpa (não gera poluição e não agride o meio ambiente). Grandes turbinas (aerogeradores), em formato de cata-vento, são colocadas em locais abertos e com boa quantidade de vento. Por meio de um gerador, o movimento das turbinas gera a energia eólitca. Atualmente, os maiores geradores desse tipo de energia são: China, Estados Unidos, Alemanha e Espanha.
Captação de energia solar prolifera em BH nos bairros de menor poder aquisitivo(foto: Otacilio Lage/EM/D. A Press )
Captação de energia solar prolifera em BH nos bairros de menor poder aquisitivo (foto: Otacilio Lage/EM/D. A Press )

>> ENERGIA SOLAR VOLTAICA
É obtida por células fotovoltaicas (nas quais a irradiação solar é transformada em energia elétrica). Atualmente, alguns países utilizam bastante esse tipo de energia: em Israel, 70% das casas já possuem coletores solares, e na Indonésia milhares de edificações são totalmente iluminadas por células fotovoltaicas. Já há também alguns protótipos de carros movidos a energia solar que rodam no Japão, na Alemanha e nos Estados Unidos.

>> BIOMASSA (BIOENERGIA) – A chamada bioenergia é obtida por meio da combustão da lenha, bagaço de cana-de-açúcar, resíduos florestais, resíduos agrícolas, casca de arroz, excrementos de animais, entre outras matérias orgânicas. Essa fonte energética é renovável, pois a sua decomposição libera gás carbônico (CO2) na atmosfera, que, durante seu ciclo, é transformado em hidratos de carbono, por meio da fotossíntese realizada pelas plantas. Nesse sentido, a utilização da biomassa, desde que controlada, não agride o meio ambiente, visto que a composição da atmosfera não é alterada de forma significativa. Além de ser uma energia limpa, tem baixo custo de operação.


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