O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Vieira, saiu nesta segunda-feira em defesa de uma ação mais ampla do governo para reduzir o custo da energia. Após classificar de "ridícula" a redução de 10% no preço da energia, por meio de corte de impostos e tributos, sinalizada pelo governo, Vieira disse que é preciso reduzir também os custos de geração, transmissão e distribuição (GTD).
"As tarifas elétricas para as indústrias brasileiras são caras e estão entre as altas do mundo, mesmo com a retirada de encargos e tributos. Os custos com GTD do Brasil superam as tarifas cheias de concorrentes comerciais brasileiros", disse Vieira no 13º Encontro Internacional de Energia promovido pela Fiesp, em São Paulo.
A Firjan indicou que o preço da energia deveria cair 35% com o processo de renovação das concessões e, ainda assim, "o Brasil continuaria com custos elevados em relação a outros países", disse.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também deu sinais de que concorda com a Firjan. Para a Fiesp, o processo de renovação das concessões poderia resultar em uma redução de 20% no preço da energia. "Mas se o governo sinaliza com redução de 10% com corte de encargos, já temos 30%, e acredito que seria possível chegar aos 35% propostos pela Firjan."
Para os representantes do setor industrial, é importante usar o momento da renovação das concessões para rever os custos de GTD, já que um quarto da geração, 80% da transmissão e 40% da distribuição têm contratos por vencer. "Se não aproveitarmos o momento para acertarmos, vamos acertar quando?", questionou Skaf. Já Vieira disse que a Firjan fará uso de seu mandato e de sua voz para defender sua posição.