Depois de ser obrigado a rever o modo de fazer compras, com a proibição da distribuição de sacolinhas plásticas, o consumidor pode se ver novamente diante de novo desafio: fazer compras somente de segunda a sábado. Um polêmico projeto de lei prevê o fechamento dos supermercados aos domingos em Belo Horizonte sob a justificativa de garantir mais qualidade de vida aos trabalhadores do setor. Ontem, em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, centenas de empregados lotaram o plenário da Câmara para reivindicar o direito.
O domingo é apontado como o segundo dia no ranking de compras em supermercados, segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), atrás do sábado. Pelo projeto de lei, elaborado pelo vereador Léo Burguês (PSDB) com base em abaixo-assinado apresentado por funcionários do setor, ficariam proibidos de abrir empreendimentos “do comércio varejista de gênero alimentício com mais de duas caixas registradoras”, garantindo o funcionamento de estabelecimentos de bairro de porte menor para a compra de produtos pontuais. Caso ocorra desrespeito ao texto, é prevista multa de R$ 10 mil por dia de abertura, com pagamento dobrado em caso de reincidência e até mesmo possibilidade de cassação de alvará de funcionamento se persistir.
Mas o benefício para os trabalhadores pode gerar transtornos consideráveis para o consumidor. Muitas famílias aproveitam o fato de trabalhar durante a semana para fazer compras para a casa na folga de domingo. “É um dia em que as pessoas que trabalham fora têm mais tempo”, afirma a presidente do Movimento das Donas de Casa, Lúcia Pacífico.
Acostumada a fazer compras nas folgas de domingo, a assistente comercial Maria Laura Rodrigues classifica como horrível o projeto. “Belo Horizonte é um interior. Tudo fecha domingo. É um retrocesso. No Rio e em São Paulo o comércio abre normalmente”, critica. O engenheiro Antônio Carlos Cardoso Pereira tem opinião semelhante. Ele diz que só vai aos supermercados durante a semana para compras pontuais, deixando o “pesado” para os domingos. Sábado, quando ele folga, prefere evitar os estabelecimentos, sempre lotados. “A maioria das pessoas só têm domingo e feriado livres”, afirma.
Ontem, na audiência pública, com cartazes com o dizer “Até Deus folgou no sétimo dia” e frases semelhantes, funcionários dos supermercados da capital encheram o plenário da Câmara para pleitear a aprovação do projeto. O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana, José Alves Paixão, afirma que o descanso de domingo contribui para diminuir estresse, fadiga e ainda garante ao empregado um dia com a família. Uma das críticas hoje é que nas folgas semanais os filhos e mulheres dos trabalhadores do setor varejista estão na escola ou no trabalho e, assim, não podem aproveitar em conjunto. “É uma forma de humanizar o trabalho. Qualquer um se comove com os depoimentos das famílias”, afirma o sindicalista, ressaltando que espera que não se trate apenas de mais um projeto eleitoreiro. E a meta do sindicato é expandir a medida para shoppings e outros setores varejistas.
Efeito nas vendas
Entre os supermercados, duas correntes dividem a opinião. Uma parcela, composta principalmente das grandes redes multinacionais, afirma ser favorável à livre iniciativa, dando margem para que cada um escolha entre abrir ou não. “O Centro, por exemplo, não tem demanda. Não tem porque abrir”, afirma o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues. Ele diz que os supermercados em todo o mundo se tornaram referência em alimentação pronta e pré-pronta, facilitando a vida do consumidor principalmente nos fins de semana.
O empresário Alexandre Poni, da rede Verdemar, critica o projeto de lei e afirma que concordaria com o texto se ele fosse válido para o comércio em geral. Pela proposição, padarias, sacolões e empreendimentos de menor porte poderiam abrir. “Algo só para uns é discriminatório. Tem que ser uma coisa para o todo em vez de favorecer só uma parte do comércio”, afirma.
Enquanto isso, as redes de empresas regionais, como Supermercados BH, Martplus e EPA, se dizem favoráveis ao projeto de lei. Entre outros, eles consideram que é possível se ter um funcionário mais qualificado e mais satisfeito. Atualmente, com a taxa de desemprego em 4,4%, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um dos dificultadores na contratação de mão de obra é o fato de o empregador prever plantão aos domingos. “Hoje ninguém quer trabalhar no comércio. Só consegue um ou outro e ainda insatisfeito”, afirma o diretor de Marketing da DMA Distribuidora (das bandeiras EPA, Martplus e ViaBrasil), Roberto Gosende. Ele afirma ser totalmente favorável ao projeto de lei e acredita que o cliente se adaptaria facilmente a obrigatoriedade de fazer compras de segunda-feira a sábado.
ESTACIONAMENTO PAGO
Na tentativa de evitar ocupação indevida do estacionamento, o supermercado Verdemar deve cobrar pelas vagas da unidade do Buritis. Clientes que fizerem compras a partir de R$ 30 terão gratuidade para 30 minutos de parada. No caso de compras acima de R$ 200, o tempo é ilimitado, enquanto os motoristas comuns serão obrigados a pagar R$ 20 por hora e R$ 5 por fração de 15 minutos.
O domingo é apontado como o segundo dia no ranking de compras em supermercados, segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), atrás do sábado. Pelo projeto de lei, elaborado pelo vereador Léo Burguês (PSDB) com base em abaixo-assinado apresentado por funcionários do setor, ficariam proibidos de abrir empreendimentos “do comércio varejista de gênero alimentício com mais de duas caixas registradoras”, garantindo o funcionamento de estabelecimentos de bairro de porte menor para a compra de produtos pontuais. Caso ocorra desrespeito ao texto, é prevista multa de R$ 10 mil por dia de abertura, com pagamento dobrado em caso de reincidência e até mesmo possibilidade de cassação de alvará de funcionamento se persistir.
Mas o benefício para os trabalhadores pode gerar transtornos consideráveis para o consumidor. Muitas famílias aproveitam o fato de trabalhar durante a semana para fazer compras para a casa na folga de domingo. “É um dia em que as pessoas que trabalham fora têm mais tempo”, afirma a presidente do Movimento das Donas de Casa, Lúcia Pacífico.
Acostumada a fazer compras nas folgas de domingo, a assistente comercial Maria Laura Rodrigues classifica como horrível o projeto. “Belo Horizonte é um interior. Tudo fecha domingo. É um retrocesso. No Rio e em São Paulo o comércio abre normalmente”, critica. O engenheiro Antônio Carlos Cardoso Pereira tem opinião semelhante. Ele diz que só vai aos supermercados durante a semana para compras pontuais, deixando o “pesado” para os domingos. Sábado, quando ele folga, prefere evitar os estabelecimentos, sempre lotados. “A maioria das pessoas só têm domingo e feriado livres”, afirma.
Ontem, na audiência pública, com cartazes com o dizer “Até Deus folgou no sétimo dia” e frases semelhantes, funcionários dos supermercados da capital encheram o plenário da Câmara para pleitear a aprovação do projeto. O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana, José Alves Paixão, afirma que o descanso de domingo contribui para diminuir estresse, fadiga e ainda garante ao empregado um dia com a família. Uma das críticas hoje é que nas folgas semanais os filhos e mulheres dos trabalhadores do setor varejista estão na escola ou no trabalho e, assim, não podem aproveitar em conjunto. “É uma forma de humanizar o trabalho. Qualquer um se comove com os depoimentos das famílias”, afirma o sindicalista, ressaltando que espera que não se trate apenas de mais um projeto eleitoreiro. E a meta do sindicato é expandir a medida para shoppings e outros setores varejistas.
Efeito nas vendas
Entre os supermercados, duas correntes dividem a opinião. Uma parcela, composta principalmente das grandes redes multinacionais, afirma ser favorável à livre iniciativa, dando margem para que cada um escolha entre abrir ou não. “O Centro, por exemplo, não tem demanda. Não tem porque abrir”, afirma o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues. Ele diz que os supermercados em todo o mundo se tornaram referência em alimentação pronta e pré-pronta, facilitando a vida do consumidor principalmente nos fins de semana.
O empresário Alexandre Poni, da rede Verdemar, critica o projeto de lei e afirma que concordaria com o texto se ele fosse válido para o comércio em geral. Pela proposição, padarias, sacolões e empreendimentos de menor porte poderiam abrir. “Algo só para uns é discriminatório. Tem que ser uma coisa para o todo em vez de favorecer só uma parte do comércio”, afirma.
Enquanto isso, as redes de empresas regionais, como Supermercados BH, Martplus e EPA, se dizem favoráveis ao projeto de lei. Entre outros, eles consideram que é possível se ter um funcionário mais qualificado e mais satisfeito. Atualmente, com a taxa de desemprego em 4,4%, segundo dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um dos dificultadores na contratação de mão de obra é o fato de o empregador prever plantão aos domingos. “Hoje ninguém quer trabalhar no comércio. Só consegue um ou outro e ainda insatisfeito”, afirma o diretor de Marketing da DMA Distribuidora (das bandeiras EPA, Martplus e ViaBrasil), Roberto Gosende. Ele afirma ser totalmente favorável ao projeto de lei e acredita que o cliente se adaptaria facilmente a obrigatoriedade de fazer compras de segunda-feira a sábado.
ESTACIONAMENTO PAGO
Na tentativa de evitar ocupação indevida do estacionamento, o supermercado Verdemar deve cobrar pelas vagas da unidade do Buritis. Clientes que fizerem compras a partir de R$ 30 terão gratuidade para 30 minutos de parada. No caso de compras acima de R$ 200, o tempo é ilimitado, enquanto os motoristas comuns serão obrigados a pagar R$ 20 por hora e R$ 5 por fração de 15 minutos.