A rentabilidade do aluguel de imóveis residenciais e comerciais fechou o ano de 2012 acima da inflação em Belo Horizonte, segundo pesquisa feita pela Câmara do Mercado Imobiliário (CMI), Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG) e Fundação Ipead/ UFMG. O preço do aluguel residencial teve aumento de 7,60%, enquanto a inflação na capital medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/Ipead) fechou o ano em 5,74%. Em relação à oferta de imóveis para locação, houve queda de 1,21% no ano passado em relação a 2011. No segmento comercial, os preços quase dobraram em relação à inflação: subiram 10,77%, enquanto a oferta foi apenas 1,72% maior, na comparação com 2011.
Os resultados da pesquisa reforçam momento favorável para investimento em imóvel e jogaram por água abaixo a expectativa de bolha imobiliária. “Se alguém está esperando o preço cair e adiou a compra, vai pagar mais caro depois. A pressão de demanda é grande”, afirma Ariano Cavalcanti de Paula, conselheiro da CMI-MG. Na sua avaliação, não há fundamentos para queda de preço de imóveis. “Há pressão de custos de produção e de demanda”, observa Ariano de Paula.
Em dezembro de 2012, quando a variação do IPCA/Ipead foi de 0,50% na capital mineira, o valor do aluguel residencial teve aumento de 0,80%. No mês, a variação geral residencial por tipos imobiliários foi a seguinte: apartamentos (0,73%), barracões (0,59%) e casas (1,33%). Segundo as classes de bairros, os aluguéis de apartamentos apresentaram as seguintes variações: 1,07% (popular), 0,89% (médio), 0,68% (alto) e 0,64% (luxo).
A oferta de imóvel residencial teve em dezembro a segunda maior queda do ano: - 6,64%. Só havia sido menor em janeiro de 2012, quando teve retração de 7,08%. “A queda na oferta de imóvel tem sustentado a alta do valor do aluguel”, observa Ariano de Paula. O indicador de oferta por tipo de imóveis caiu para apartamentos (-11,24%) e barracões (-15,91%). Em relação a casas, a oferta teve alta expressiva: 34,65%.
O valor do aluguel comercial em dezembro teve alta de 1,08% e registrou aumento acumulado de 10,77% no ano. Segmentada por tipos imobiliários, a pesquisa mostra as seguintes variações nos preços médios: 1,10% (andares corridos); 1,11% (casas comerciais), 0,85% (galpões), 1,11% (lojas) e 1,08% (salas). No mês passado, a oferta de imóveis comerciais registrou queda de 0,91%. Ao desagregar a variação da oferta comercial por tipos, o levantamento aponta alta somente para salas (13,96%) e casas comerciais (0,53%). Os demais tipos imobiliários apresentaram quedas: andares corridos (-9,72%), galpões (-7,21%) e lojas (-3,99%). “A oferta de imóvel comercial só começa a ser corrigida no fim de 2012 e início de 2013”, diz Ariano de Paula. Na sua avaliação, tanto o imóvel comercial como o residencial tendem a ficar próximos da inflação em 2013. “A oferta está subindo, assim como o índice de inflação”, observa.
Novo ciclo
A construção civil brasileira se prepara para novo ciclo de crescimento, incentivada pela estabilidade macroeconômica, crescimento do emprego formal, aumento de renda da população, programa Minha casa, minha vida e ampliação dos financiamentos com juros mais baixos. “A construção mineira vem crescendo em função das obras do Mineirão, instalação de novos hotéis e duplicação de avenidas”, afirma Daniel Furletti, economista e coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Ele lembra que a construção civil é responsável por quase a metade dos investimentos da economia. “Os investimentos vão definir o ritmo de caminhada nos próximos anos. Há boas perspectivas de negócios com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que puxam por mais infraestrutura”, observa Furletti.
Lucas Guerra Martins, diretor comercial da Patrimar, avalia que 2013 é o ano de retomada do setor da construção, em função da economia. “Em 2012 tivemos uma certa retração. Mas agora temos perspectiva de crescimento tanto na construção civil como na economia”, diz. Em Belo Horizonte, o preço dos terrenos é a principal barreira para a expansão do mercado de imóveis residenciais, na avaliação de Jackson Câmara, diretor da construtora Agmar. “Os proprietários chegam a pedir preço de São Paulo, que é outra realidade. E os valores mais altos são dentro da área da Avenida do Contorno”, observa Câmara.
Bolsa em alta no mês
São Paulo – A ausência do investidor estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem e a falta do referencial das bolsas de Nova York, fechadas em razão do feriado de Martin Luther King, deixaram o mercado brasileiro à deriva na segunda metade do pregão de ontem. O resultado da baixa liquidez foi um Ibovespa sem vigor para grandes oscilações, operando sempre próximo da estabilidade. Após oscilar entre leves altas e baixas, o principal índice da bolsa encerrou a sessão em queda de 0,09%, aos 61.899,71 pontos. Entre a mínima e a máxima do dia, o Ibovespa foi dos 61.804 pontos (-0,25%) aos 62.052 pontos (+0,15%). O giro financeiro somou R$ 6,656 bilhões (dado preliminar), sendo que o exercício de opções sobre ações correspondeu a R$ 2,703 bilhões do total. No mês de janeiro, a bolsa acumula alta de 1,55%.
“O quadro hoje (ontem) é tranquilo porque não há grandes direcionais que possam guiar a bolsa, então ficamos mais voltados para fatores domésticos, para as incertezas que predominam aqui”, resumiu o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. Pressionadas pelo vencimento de opções sobre ações, os papéis da Petrobras fecharam em queda de 0,95% os ON e de -0,97% os PN, enquanto as ações da Vale registraram perda de 0,07% as ON e de -0,13% as PNA.
No japão
Do outro lado do mundo as bolsas operaram influenciadas pelo feriado nos EUA e pela ausência de dados novos na Ásia. O índice de Tóquio, Nikkei, caiu 1,52%. Investidores realizaram lucro após o ralli de 2,9% na sexta-feira, seu maior ganho em 22 meses. O Nikkei registrou 10 semanas seguidas de ganhos, a série mais longa desde 1987.