A admiração pela banda inglesa Queen levou o vocalista e tecladista Reinaldo Amand Machado a formar há 12 anos a banda Lurex, que faz cover do grupo britânico. A aparência física e o timbre de voz parecidos com Freddie Mercury fizeram com que Machado atuasse como vocalista do grupo. Na temporada de shows, o bigode fica maior. E, para ficar mais próximo do ídolo, Machado aprendeu a tocar piano e usa camiseta do Super Man, do Flash Gordon, jaqueta de couro e calça apertada. “Tenho todas as roupas dele”, diz.
O Lurex faz, em média, de oito a 10 shows do Queen por mês. “A ideia é transportar o público para as décadas de 70 e 80”, diz Machado. Além de atuar na banda, o vocalista é funcionário público. Mas prefere não revelar os ganhos com o show. “É uma boa forma de complementar a renda”, resume.
Renda concentrada E, se ele emagrecer muito, não vai poder atuar como bom velhinho e vai se complicar a situação da sua empresa, a Gnomos Organizações de Eventos, que tem a concessão de imagem de 14 Papais Noéis. Ele fornece o profissional nos principais shoppings de Belo Horizonte. “Eu me sinto Papai Noel o ano inteiro. As pessoas não me chamam de Leonardo. Me chamam de Papai Noel. No meu bairro e vizinhança todo mundo me conhece como Papai Noel, ninguém sabe quem é Leonardo”, diz.
Nos últimos três meses do ano ele ganha o suficiente para se sustentar ao longo dos demais meses. O dia 24 de dezembro é o de maior trabalho – e mais lucrativo – do ano. Ele passa em cinco casas de famílias. “Começo às 20h e termino à 1h da manhã. Levo os presentes, brinco, conto histórias. Fico 45 minutos em cada casa. Há pessoas que sentaram ao meu colo quando crianças e hoje os filhos delas sentam ao meu colo”, diz. Ser o bom velhinho, no entanto, não é fácil. Tem que ser paciente. “Além de lidar com crianças, tenho que lidar com os adultos, que são muito chatos. São piores do que as crianças. O pai manda o filho puxar o gorro, a barba. Nenhum pai quer que seu filho enfrente as filas, só os filhos dos outros que podem”, diz.