A economia latino-americana crescerá 3,5% em 2013, abaixo dos 3,8% projetados em dezembro, sustentada em parte por um maior crescimento esperado de Brasil e Argentina, indicou nesta terça-feira a Cepal, que explicou o corte pela crise na Eurozona.
O crescimento da América Latina em 2013 será "levemente menor em relação à estimativa entregue em dezembro passado (3,8%) devido principalmente à (...) incerteza sobre o futuro da economia internacional", indicou nesta terça-feira um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
A crise na Eurozona "continuará sendo um dos principais fatores de risco para a economia mundial e para a América Latina e o Caribe", acrescentou a Cepal, um organismo técnico das Nações Unidas que tem sua sede em Santiago. Mas o impacto irá se moderar por um "maior crescimento esperado de Argentina (3,5%) e Brasil (3%), devido à recuperação da atividade agrícola e dos investimentos, que sofreram quedas nestes dois países em 2012".
Além disso, em nível regional "a expansão será apoiada pela persistência do crescimento do consumo como consequência dos melhores indicadores trabalhistas e do aumento do crédito bancário ao setor privado e, em menor medida, do investimento". Soma-se a isso "a permanência dos preços elevados das matérias primas, que, embora se espere que registrem uma queda em relação a 2012, ainda permaneceriam em níveis elevados", explicou a Cepal.
O Paraguai liderará a expansão em 2013 com um crescimento esperado do Produto Interno Bruto (PIB) de 10%, seguido por Panamá (8%), Peru (6%) e Haiti (6%). Bolívia, Chile e Nicarágua crescerão 5,0%, enquanto a Colômbia registrará 4,5% e o Uruguai 3,8%. O México, com um crescimento esperado de 3,5% em 2013, será beneficiado por um maior dinamismo dos Estados Unidos, ao que se soma uma melhoria do setor agrícola.
No Caribe continuará a aceleração no ritmo de crescimento com uma expansão média esperada de 2%, como resultado do dinamismo das economias mais especializadas na produção e exportação de matérias-primas (Guiana e Suriname, principalmente), e da recuperação dos países mais focados no turismo, produto da melhor situação econômica dos Estados Unidos.
Em seu relatório desta terça-feira, a Cepal também revisou levemente em baixa a taxa de crescimento da região do ano 2012, que passou de 3,1% a 3,0%, produto de uma menor expansão da economia mundial. "A demanda interna foi uma das principais impulsionadoras do crescimento regional durante o ano passado, baseada no bom desempenho dos indicadores trabalhistas, na expansão do crédito às famílias e, no caso da América Central e do Caribe, na alta das remessas de emigrantes", explicou o organismo técnico.
A inflação, no entanto, caiu em 2012 e se situou em 5,6% como média regional, em comparação com os 6,8% registrados em 2011. Em seu relatório, a CEPAL também acrescentou que a taxa de desemprego urbano registrou uma nova queda no ano passado, de 6,7% para 6,4%, ao seu nível mínimo para as últimas duas décadas, reduzindo em 400.000 o número absoluto de desempregados. No entanto, a Cepal adverte que "cerca de 15 milhões de pessoas ainda estão buscando emprego nas zonas urbanas da região".