(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Economistas pedem mudanças ao governo

Reunido com secretário da Fazenda, grupo quer menor interferência na Petrobras e maior autonomia do BC


postado em 03/08/2013 06:00 / atualizado em 03/08/2013 07:15

Brasília –Um grupo seleto de economistas pediram ao secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, sinais de mudança do governo na condução da economia do país. Além de maior transparência nas contas públicas, eles querem menor interferência do governo na Petrobras e maior autonomia do Banco Central.

Holland pretendia fazer uma “análise de conjuntura” com um grupo de 10 economistas de bancos e de corretoras convidados, ontem, em São Paulo. Mas o que ele ouviu foi críticas concentradas na política fiscal do governo da presidente Dilma Rousseff.

A conversa de quase duas horas no gabinete do Ministério da Fazenda da Avenida Paulista foi centrada na questão da perda de credibilidade fiscal, que vem contaminando a economia brasileira. Inflação e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nem sequer foram coadjuvantes das discussões. Fontes ligadas aos participantes da reunião contam que é um consenso no mercado que a desvalorização do real frente ao dólar tem essa desconfiança como um dos principais ingredientes. “A moeda da maioria dos países que exportam commodities não teve uma desvalorização tão grande quanto a do real. A nossa moeda se desvaloriza mais do que as demais porque há um problema de confiança”, disse uma fonte próxima a um dos participantes do encontro.

Houve um consenso de que, para o governo recuperar a confiança, ele precisará dar sinais de que pretende mudar a política atual. Além de parar com a prática de fazer manobras contábeis para que as contas públicas apresentem maior solidez, os economistas aconselharam Holland de que as autoridades precisam dar mais liberdade para a Petrobras, ou seja, liberem a companhia a repassar os aumentos do combustível. Pelos cálculos dos especialistas, a defasagem entre o preço da gasolina comprada lá fora e a vendida no mercado interno já está em 20%.

Os economistas fizeram coro e disseram ao secretário que, mesmo que esse reajuste traga um pouco mais de inflação, essa mudança de postura seria muito positiva para dar mais capacidade de investimento da Petrobras. A medida ajudaria a melhorar a imagem do governo, assim como o valor da estatal na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Só este ano, os papéis da companhia já se desvalorizaram mais 10% e hoje valem menos que os R$ 27 no dia da capitalização da estatal, em 2010.

O grupo também sugeriu que o Ministério da Fazenda apoie um projeto de lei que dê autonomia ao Banco Central que tramita há seis anos no Congresso Nacional. Se a pasta fizer isso, será muito positivo para o país e a independência do BC em relação ao governo será crucial para a recuperação da confiança do mercado no país, que sofre a ameaça de rebaixamento da classificação de risco das agências internacionais de rating.

Recuo do dólar

Depois de ter passado de R$ 2,30, o dólar interrompeu uma série de cinco altas seguidas, recuou 1,04% ontem e fechou o pregão em R$ 2,27. A desvalorização ocorreu após o anúncio de que houve queda no ritmo de geração de postos de trabalho nos Estados Unidos. No Brasil, a cotação da moeda reagiu à atuação do BC, que fez um leilão de swap cambial tradicional – que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro – e negociou US$ 1,7 bilhão para valorizar o real.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)