A nova etapa da Organização Mundial do Comércio (OMC) marca também a reinauguração da Sala Brasil na sede da entidade. Apenas alguns países têm uma sala com seu nome. A sala é mobiliada com réplicas dos móveis originais, da década de 1950, e os custos foram arcados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em 1957, a Sala Brasil foi organizada pela CNI e outras entidades empresariais, mas ficou desativada nos últimos anos.
Para a diplomacia, a existência da Sala Brasil na OMC é uma demonstração da importância do país nas negociações multilaterais e da relevância na economia mundial. Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou a economia brasileira, classificando-a como promissora.
Azevêdo disse, em várias ocasiões, que sua vitória representa o crescimento da participação da América Latina no comércio internacional e nas negociações multilaterais. Ele acrescentou que sua preocupação está na “paralisia” da OMC. Ele se referiu indiretamente à estagnação da Rodada Doha.
“[A América Latina] é uma região cada vez mais influente no comércio mundial, que é uma região cada vez mais ativa nas negociações, e acredito que [a nomeação] é uma consequência natural desta crescente participação no comércio e nas negociações”, disse ele. “Não se trata do que o sistema [multilateral de comércio] tem dado à América Latina, mas sim o que a América Latina tem dado ao sistema”, explicou Azevêdo.
Para o novo diretor-geral, é urgente o esforço para avançar na OMC. “A única maneira de olhar o futuro será sentar à mesa, juntos, com o objetivo de encontrar soluções e avançar”, destacou o embaixador brasileiro, referindo-se à Rodada Doha - cujas negociações começaram no início dos anos 2000. O objetivo das negociações é construir um amplo acordo de liberalização do comércio, mas elas não apresentam resultado há cerca de dez anos.