Os grandes bancos considerados muito importantes para não deixar que peçam falência continuam sendo beneficiados pela ajuda dos Estados, afirma um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na Eurozona, as ajudas representaram até 300 bilhões de dólares em 2012, uma proteção implícita porque as instituições consideradas "muito grandes para falir" poderiam "ameaçar a estabilidade do conjunto do sistema financeiro".
Segundo o FMI, nos Estados Unidos as "subvenções implícitas" foram de 90 a 300 bilhões de dólares em 2012, na Grã-Bretanha oscilaram entre 20 e 110 bilhões de dólares. Durante o pior momento da crise financeira, de 2008 a 2009, o governo dos Estados Unidos atuou de maneira intensa para ajudar os gigantes bancários à beira da falência como Bank of America ou Citigroup.
"Depois da crise financeira mundial, as reformas reduziram (mas não eliminaram) as garantias implícitas dos governos que beneficiam os bancos", destaca o relatório de estabilidade financeira do FMI, publicado antes da assembleia de primavera (hemisfério norte) do Fundo.
O FMI manifesta dúvidas sobre os efeitos das garantias. "A espera de uma ajuda das autoridades reduz a propensão dos credores a vigiar o comportamento dos grandes bancos, estimulando a tomada de riscos e o endividamento excessivo", explica o documento.
"Avanços foram registrados, mas nossas estimativas de subvenções parecem indicar que o problema dos 'muito grandes para falir' continua sendo real", afirma Gaston Gelos, um dos autores do relatório.