A estiagem no campo refletiu no aumento do preço dos alimentos em Belo Horizonte, elevando o preço da cesta básica e, consequentemente, a inflação na capital. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, apurou uma variação positiva de 0,65% no mês de março em relação a fevereiro. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 6%. No primeiro trimestre de 2014, a oscilação positiva é de 2,55%.
Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Ipead/ UFMG. Segundo a economista Thaís Martins, da entidade, a maior alta, entre os 11 itens que compõem o indicador, coube ao preço dos alimentos in natura (8,90% de fevereiro para março). Com isso, o custo da cesta básica, que leva em conta os gastos de um adulto com alimentação, avançou 8,31% entre o segundo e o terceiro meses de 2014, fechando o período em R$ 337,03.
O tomate Santa Cruz voltou a ser o vilão da cesta básica no ano, com o preço tendo subido 40,22%. O da batata inglesa também disparou: 37,64%. Dos 13 alimentos pesquisados, nove apuraram aumento no acumulado do primeiro trimestre. Pior para as famílias com baixa renda, como aponta o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), que calcula a “inflação” em domicílios com rendimentos de um a cinco salários mínimos. Esse indicador fechou com alta de 0,79% entre fevereiro e março de 2014, acima dos 0,65% apurados no mesmo período pelo IPCA.