Uma série de alterações no espaço aéreo brasileiro entrará em vigor a partir de 6 de junho. As mudanças, que incluem a restrição de voos no período de 45 dias e o reforço no contigente dos órgãos envolvidos, valerão para nove aeroportos mineiros entre os 90 selecionados para integrar o Plano de Operação do Setor da Aviação Civil para a Copa do Mundo.
Entre 6 de junho e 20 de julho, 29 terminais estarão coordenados, o que significa que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), órgão da Força Aérea, vão distribuir as permissões de pouso e decolagem para evitar congestionamentos. No período, serão criadas três áreas chamadas de exclusão, em modelo um pouco mais restritivo que o adotado na Copa das Confederações. De acordo com cada área, será possível saber qual tipo de voo será permitido.
A área vermelha (impedida) é identificada por um raio de 7,2 quilômetros em relação ao estádio. Por ela poderão passar somente aeronaves envolvidas no evento e previamente autorizadas. A área amarela (restrita), formada por um raio de 12,6 quilômetros em relação ao estádio, permitirá aviação comercial. A branca, situada além das outras duas, permite todo o tipo de aviação. No caso do aeroporto da Pampulha e de outros oito localizados dentro do raio da área vermelha, os órgãos tratarão com flexibilidade para não restringir totalmente as operações. Os slots de aviação geral serão administrados pela CGNA a partir de 15 de maio, sendo disponibilizados de acordo com a oferta.
Com as obras nos terminais das cidades-sede e outras ações estratégicas, haverá aumento do número de vagas para aeronaves nos pátios dos aeroportos de 123%, passando de 1.329 para 2.970 vagas.
Os 15 principais aeroportos passarão por uma dança das cadeiras para atender a maior demanda da Copa do Mundo. Segundo a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, haverá incremento de 209% no efetivo atual dos principais órgãos que atuam no sistema aeroportuário. O principal reforço se dará na Polícia Federal. O contingente terá aumento de 438%, passando dos atuais 258 para 1.389 servidores. Em Confins, o total de policiais passará de 20 para 98. “Os números me permitem dizer, com tranquilidade, que estamos preparados para atender brasileiros e estrangeiros que vierem para a Copa”, afirma o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco.
Em contrapartida, o aeroporto de Confins perderá mão de obra em dois órgãos considerados essenciais para o pleno funcionamento do terminal: Receita Federal e o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa). A Receita passará de 13 para 12 servidores. O corte maior será dado no Vigiagro, responsável pela fiscalização sanitária de passageiros e carga, que passará a ter dois funcionários durante a vigência do plano da Copa do Mundo, ante os 10 atuais, corte de 80%.