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Estado de Minas

Siderúrgicas defendem desoneração junto a governos estaduais


postado em 30/04/2014 00:12 / atualizado em 30/04/2014 07:38

São Paulo – A despeito da crise no setor energético que o Brasil enfrenta e da necessidade de reduzir as pressões da produção industrial sobre o meio ambiente, o país se vale menos do que poderia de materiais recicláveis, como a sucata de ferro e aço. Só 26% a 28% da produção nacional siderúrgica usam a sucata ferrosa (sobras das próprias usinas, peças e partes de automóveis, eletrodomésticos, bicicletas e máquinas e equipamentos descartados), frente à participação desse insumo na indústria siderúrgica mundial, de 45%. Estruturado sobre uma longa cadeia desde a coleta à preparação, ao processamento e à exportação, o comércio de sucata ferrosa vende cerca de 800 mil toneladas por mês no mercado interno, respondendo pelo maior volume de recicláveis.

 

Estudo inédito elaborado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas (FGV) indica que as grandes empresas concentradas no Sudeste, principalmente em São Paulo e Minas Gerais, comercializam 300 mil toneladas mensais da sucata ferrosa. O levantamento de dados sobre o setor, divulgado ontem, foi encomendado pelo Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), que trabalha numa investida junto aos governos de vários estados para desonerar o setor na expectativa de aumentar o consumo.

 

A criação de estímulo tributário para levar a indústria siderúrgica a aumentar a demanda pela sucata ferrosa foi defendida pelo coordenador do estudo Painel de Indicadores Setoriais para o Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa, Gesner Oliveira, economista e professor da FGV. “Existe um grande potencial de crescimento do setor como gerador de emprego e de oportunidades, além dos benefícios de um insumo mais eficiente em termos de emissão de gases”, afirmou.

 

As estimativas são de que cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1,140 mil quilos de minério de ferro, 154 quilos de carvão e 18 quilos de cal. Outras duas possibilidades de incremento do comércio de sucata ferrosa estariam no aumento dos leilões de veículos antigos e nas diretrizes do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo o presidente do Inesfa, Marcos Fonseca, a instituição tenta levar ao Conselho de Política Fazendária (Confaz) a discussão sobre a desoneração do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Desde 2005, o setor está desonerado do PIS-Cofins.

PREÇOS Outro descontentamento das empresas está nos preços negociados no mercado brasileiro, que são, em média, US$ 80 a US$ 100 por tonelada mais baratos frente à cotação do produto no mercado internacional, segundo Fonseca. No ano passado, o segmento entrou em conflito com a indústria siderúrgica sobre a proposta de tarifação das exportações de sucata. O presidente do Inesfa disse que a venda no mercado externo é fonte importante de receita das empresas – o Brasil exporta o correspondente a 3,5% do volume de sucata consumida internamente –, sobretudo num período como 2014, em que o comércio vislumbra a queda da demanda do setor siderúrgico.
Faltam números precisos sobre o tamanho desse comércio, mas as informações conhecidas sobre o segmento atacadista brasileiro de resíduos e sucata em geral dão pistas: há cerca de 6,3 mil empresas atuando no ramo, com receita líquida operacional estimada em R$ 7,9 bilhões em 2011 (último dado disponível) e 55,8 mil empregos diretos.

(*) A repórter viajou a convite do Inesfa


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