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Estado de Minas

Ajuda à Argentina para evitar perdas

Brasil dá apoio a país vizinho em ação nos EUA, que cobra calote de 2001. Derrota deve afetar a indústria brasileira


postado em 17/05/2014 00:12 / atualizado em 17/05/2014 07:35

Brasília – O comércio entre Brasil e Argentina sempre teve seus altos e baixos, mas recentemente os baixos estão mais frequentes, com vários percalços pelo caminho. Um deles é a possível recusa da Corte Suprema da carta de amicus curiae enviada pelo Brasil à Suprema Corte dos Estados Unidos, onde está sendo julgado um processo entre a Argentina e um grupo de fundos norte-americanos, que não aceitaram a renegociação dos débitos do calote do país vizinho em 2001. Ao se declarar “amigo da Corte”, o Brasil dá uma espécie de aval e se identifica como um dos países que querem ajudar Buenos Aires nesse embate judicial. De acordo com fontes próximas ao caso, existe uma grande possibilidade de eles recusarem o apoio brasileiro, por considerarem que ele foi concedido em meio às negociações do acordo automotivo entre os dois países, o que caracterizaria uma troca de favores.

Os fundos americanos, chamados de “abutres” pelos argentinos, cobram a dívida de US$ 2 bilhões. Buenos Aires recorreu em todas as instâncias e perdeu. Um dos integrantes da Corte americana, a juíza Sonia Sotomayor, já informou que não vai votar sobre o assunto, de acordo com uma outra fonte que acompanha o caso e pediu anonimato. “Sobraram oito juízes e, se houver empate, prevalecerá a decisão julgada anteriormente”, explicou. Nesse caso, as chances de a Argentina vencer são cada vez menores, e o valor a ser pago poderá chegar perto de US$ 4 bilhões, segundo algumas estimativas.

As exportações de manufaturados do Brasil para a Argentina estão em queda vertiginosa. De janeiro a abril, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), o tombo dos embarques desse item foi de 75,47% na comparação com o mesmo período de 2013, totalizando US$ 4,4 bilhões. E a tendência é piorar. “Se a Argentina perder essa ação, o valor que ela terá de pagar equivale a cerca de três meses de importação do país vizinho. E isso afetaria o Brasil, cuja indústria, principalmente a automotiva, é altamente dependente desse parceiro comercial. Hoje, não existem outros destinos para os produtos brasileiros, como no passado, quando o país ainda exportava para Chile, Colômbia e Venezuela, por exemplo. Se a indústria perder o mercado argentino, vai ser um problema enorme”, alertou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. “Espero que essa decisão da Corte americana não atrapalhe as negociações do acordo automotivo”, emendou.

Importados

A participação de produtos estrangeiros no consumo brasileiro cresceu no primeiro trimestre deste ano e atingiu seu maior nível desde 2007. O Coeficiente de Penetração de Importações, apurado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mede a importação feita pela indústria para atender ao mercado doméstico. O indicador ficou em 22,5% nos primeiros três meses do ano, um aumento de 1,4 ponto percentual frente ao mesmo período de 2013 e 0,4 ponto percentual acima do último trimestre do ano passado. A entidade aponta que a nova alta foi liderada pela indústria de veículos, vestuário, têxteis e produtos de metal e sofreu o impacto da desvalorização do real.


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