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Estado de Minas

Inflação em setembro é a maior desde 2002

Índice de reajustes de preços em BH fecha mês em 0,46%. Acumulado em 12 meses salta para 7% e estoura a meta


postado em 04/10/2014 06:00 / atualizado em 04/10/2014 07:17

Paulo Henrique Lobato

A inflação em Belo Horizonte encerrou setembro com alta de 0,46%, o maior percentual para o mês desde 2002 (0,56%). Com isso, O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou aumento de 5,03% nos nove primeiros meses de 2014 e salto de 7,02% nos últimos 12 meses completos. Este último resultado está bem distante do centro da meta (4,5%) e supera o teto da mesma meta (6,5%) estipulados pelo Conselho Monetário Nacional para a inflação no Brasil – o dado nacional será divulgado segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação em BH é calculada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG). O resultado apurado em setembro levou a economista da instituição Thaís Martins a não descartar a possibilidade de o IPCA na capital mineira ficar acima do teto nacional este ano. “A inflação deveria ficar em torno de 0,5% em outubro, em novembro e em dezembro para fechar em 6,5% no ano. Só que esse histórico de 0,5% (em cada um dos últimos três meses de cada ano) não é muito comum. Em 2013, por exemplo, ficou em 0,87% em dezembro e em 0,65% em novembro”.

Ela recorda que a economia nacional enfrenta alguns complicadores, como a valorização do dólar frente ao real (11% em setembro): “Isso vai impactar o preço de alguns produtos até o fim do ano. Ainda há a questão de preços de produtos administrados. Alguns terão alta, como a gasolina. Considerando o cenário como um todo, ocorrer deflação nos próximos meses é algo difícil. Se (o teto do IPCA) não estourar (em BH), ficará bem próximo ao limite”.

O avanço da inflação em setembro ocorreu, entre alguns motivos, em razão da forte estiagem que castiga todo o Brasil. O preço dos alimentos de elaboração primária ficou 2,76% maior. Sobrou para a cesta básica, que ficou 1,22% mais cara em setembro (total de R$ 312,14). No mês, os maiores aumentos foram puxados pelo litro do leite pasteurizado (4,04%) e o quilo da carne chã de dentro (3,7%). “Toda influência climática interfere no preço final do consumidor”, reforçou Thaís.

Confiança em baixa na capital

A Fundação Ipead aproveita a pesquisa para calcular o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de BH, um indicador que sintetiza a opinião dos compradores sobre diversos aspectos conjunturais capazes de afetar suas decisões no varejo no curto, médio e longo prazos. O ICC do mês passado chegou a 45,97 pontos, 0,8% menor do que o de agosto. Mostra, portanto, que o consumidor na capital está pessimista com a situação econômica na cidade. O índice oscila de zero a 100, onde a menor nota representa pessimismo total e a maior, otimismo total. .

O ICC traz ainda os produtos e serviços que os consumidores pretendem adquirir nas próximas semanas. A maioria dos compradores, em outubro, pretende comprar vestuário e calçados (18,57% das respostas), veículos e moradia (10,48%) e móveis (7,14%).

 


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