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Estado de Minas

Inflação em Belo Horizonte fica acima do teto para 2014

IPCA da capital apresenta alta de 0,41% em outubro e já chega a 7,07% em 12 meses, acima do teto para 2014


postado em 05/11/2014 06:00 / atualizado em 05/11/2014 07:25

Despesas pessoais com excursão, automóvel novo e seguro voluntário de veículos estiveram entre as vilãs da inflação de Belo Horizonte no mês passado. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) fechou outubro com alta de 0,41%, foi o segundo maior percentual para o mês desde 2002 (0,56%). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresenta variação de 7,07%, acima do teto da meta (6,5%) estabelecida pelo governo federal. No ano, a inflação da capital já chega a 5,46% e pode fechar 2014 ultrapassando a meta, principalmente se novos reajustes de preços forem anunciados até o fim de dezembro.

O coordenador interino de pesquisa da Ipead, Eduardo Antunes, afirma que a expectativa é que a inflação do ano fique entre 6,3% e 7%, principalmente tendo em vista novos reajustes em cascata que podem ser feitos a partir da alta dos combustíveis. Além das despesas pessoais, a taxa de condomínio e itens como alimentação também se destacaram no aumento do custo de vida em outubro. Na média das remarcações, as excursões ficaram 20,65% mais caras no mês. Em seguida, o frango, apresentou alta de 7,63%. Já o seguro voluntariado de veículos ficou 1,9% mais caro. “As pessoas passaram a consumir mais frango porque a carne bovina estava mais cara. A demanda foi aquecida, a oferta caiu e este cenário acabou refletindo na alta do preço do produto”, completa.

Os artigos de residência ajudaram a incrementar a inflação de outubro, com alta de 1,73%. E a alimentação feita em casa e também em restaurantes contribuiu para que o índice ficasse ainda maior em outubro, apresentado variações de 0,52% e 0,35%, respectivamente. Em contrapartida, o grupo de produtos administrados e o item vestuário e complementos apresentaram deflação de 0,04% e 1,17%. Vale lembrar que o IPCA retrata as despesas das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos.

CESTA BÁSICA Ainda de acordo com dados do Ipead, a cesta básica apresentou variação positiva de 3,05%, entre setembro e outubro. O valor da cesta representou, no mês passado, 44,52% do salário mínimo, cerca de R$ 322,29. Entre os itens que mais influenciaram na alta dos produtos essenciais para as famílias, estão o tomate santa cruz, que apresentou variação de 28,53%; e o feijão carioquinha, que teve alta de 3,87%. Eles foram seguidos por cortes bovinos: o chã de dentro registrou variação positiva de 2,5%. “A seca tem influenciado nos preços dos animais, o que acarreta no aumento dos valores pagos pelo consumidor”, afirma Eduardo Antunes.

CONFIANÇA O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) referente a outubro alcançou 45,79 pontos e continuou abaixo do nível que separa o pessimismo do otimismo pela 22ª vez. Na comparação com setembro, observou-se uma queda de 0,39%. O item pretensão de compras foi o que apresentou a maior variação positiva, 5,26%.

Já o item inflação apresentou a maior variação negativa do mês, 9,92%. Na lista de bens e serviços que os consumidores pretendem adquirir lideram vestuário e calçados, com 22,86% das intenções de compras; veículos, com 17,62%; e móveis, com 9,52%.


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