Brasília, 05 - Enquanto o Coeficiente de Exportação do setor industrial se manteve praticamente estável em 2014, indicando que a indústria do País não conquistou espaço no mercado internacional, o Índice de Penetração de Importações bateu novo recorde no ano passado. E, como a quantidade de insumos importados pelo setor também cresceu em 2014, o coeficiente líquido da indústria de transformação calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou negativo em 1%.
O Coeficiente de Exportação da Indústria geral encerrou 2014 em 18,8%, ou seja, esse é o porcentual da produção industrial brasileira que foi vendido ao exterior no passado. Em 2013, o indicador havia ficado em 19%. Considerando apenas a indústria de transformação, o índice de exportações se manteve estável em 15,3% nos dois últimos anos.
De acordo com a CNI, dentre 23 segmentos da indústria considerados, apenas as companhias de metalurgia, couros e calçados, celulose e papel, madeira, alimentos e máquinas e equipamentos apresentaram aumento no coeficiente de exportações no ano passado. Já os segmentos de fumo e outros materiais de transportes apresentaram as maiores retrações na proporção de vendas ao exterior.
Já o Coeficiente de Penetração das Importações continuou trajetória de alta em 2014, indicando que produtos fabricados fora do Brasil têm cada vez mais participação no mercado nacional. No ano passado, esse indicador chegou a 22%, o patamar mais elevado desde 1996, quando a CNI começou a elaborar esse estudo. Na comparação com 2013, o crescimento foi de 0,6 ponto porcentual. Considerando apenas a indústria de transformação, a alta foi de 19,8% para 20,4% no ano passado.
Da mesma forma, o indicador que mede o uso de insumos importados pela indústria nacional também cresceu em 2014. Com uma elevação de 0,8 p.p. em relação a 2013, o coeficiente chegou a 24,2% no ano passado, um patamar também inédito na série histórica da CNI. Desde 2010, esse indicador vem apresentando elevações anuais consecutivas. Na indústria de transformação, o coeficiente é ligeiramente maior, de 24,9%.
A CNI também mede o Coeficiente Líquido de Exportações, que compara o volume exportado pela indústria com a quantidade de insumos importados pelo setor. No caso da indústria geral, houve uma queda de 0,8 p.p. em relação a 2013, mas o indicador se manteve positivo, em 3,5% em 2014. Já para a indústria de transformação, o coeficiente ficou abaixo de zero pelo segundo ano consecutivo, passado de -0,1% em 2013 para -1% no ano passado.