No dicionário do barbeiro Edimar Torres não existe a palavra crise. “Tirei o 's' e transformei a palavra em crie”, diz o prestador de serviços no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte. Com criatividade, ele tem buscado estratégias para fidelizar o cliente e planeja nova unidade no mês que vem. Em meio a uma das maiores crises econômicas por que o país já passou, micro e pequenas empresas como a Barbearia Torres mostram ser possível enfrentar turbulências de dimensões grandiosas e ainda expandir os negócios.
“Resolvemos não participar deste momento de crise”, diz Edimar. Há cinco meses, ele lançou o cartão fidelidade, que concede um corte de graça a cada 10 realizados a clientes que frequentarem o estabelecimento de segunda a quinta-feira, dias de menor movimento. Em novembro, a barbearia, que já tem 23 anos de história no Caiçara, ganhará a segunda unidade, no Buritis, na Região Oeste da cidade.
O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar, aposta no período como a hora certa de liquidar os estoques e manter fiel a clientela. “O comerciante pode fazer a promoção de produtos que não estão girando, oferecer um combo, baixar os preços para quem levar mais unidades da mesma mercadoria. Isso aumenta o tíquete médio e traz faturamento”, reforça.
Como consumidores se tornam mais ponderados nas compras, a dica é cativá-los, com atendimento personalizado e numa apresentação diferente da loja, ensina Gaspar. Recomendação adicional é dada para o cuidado com dívidas novas. “Os juros e a inflação estão em ascendência. A não ser que o empreendedor consiga linha de créditos barata, não é o momento de se endividar”, afirma. A ordem é preservar a saúde financeira do negócio.
INOVAÇÃO “Crise é possibilidade”, afirma a dona da Lugano de BH – licenciada da marca gaúcha de chocolates artesanais –, Fernanda Trevisan, que tem usado o momento para inovar. Nascida no Rio Grande do Sul, ela abriu a loja na capital mineira em agosto do ano passado, quando a economia já dava sinais de turbulência, e, em fevereiro, inaugurou um quiosque da marca em um shopping. “Somos descendentes de italianos e alemães, que vieram para o Brasil porque sofreram guerra. Temos uma visão de oportunidade”, conta.
Sem medo de arriscar, a comerciante está apostando agora em três frentes: vendas pela internet, com a inauguração do e-commerce há três meses, diversificação das embalagens para agregar valor ao produto, além da abertura de um segundo quiosque, desta vez de cervejas artesanais de Gramado (RS), no mesmo shopping. “A crise possibilita uma negociação melhor. Não dá para descansar“, destaca. As estratégias permitiram, desde setembro de 2014, crescimento de 20% dos negócios.
O coordenador em Minas Gerais da Endeavor Brasil, organização de apoio a empresas de alto crescimento, Enio Borges, afirma que, na crise, empresários têm que enxugar custos e conseguir produzir mais com os mesmos recursos. “Nesses momentos, as empresas mais aptas a sobreviver são as mais eficientes. Por isso, é preciso ser criativo, oferecer produtos com maior valor agregado, priorizar equipamentos mais econômicos, trazer incentivos à produtividade dos funcionários, como bônus ou divisão de lucros”, explica Borges.
“Resolvemos não participar deste momento de crise”, diz Edimar. Há cinco meses, ele lançou o cartão fidelidade, que concede um corte de graça a cada 10 realizados a clientes que frequentarem o estabelecimento de segunda a quinta-feira, dias de menor movimento. Em novembro, a barbearia, que já tem 23 anos de história no Caiçara, ganhará a segunda unidade, no Buritis, na Região Oeste da cidade.
O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar, aposta no período como a hora certa de liquidar os estoques e manter fiel a clientela. “O comerciante pode fazer a promoção de produtos que não estão girando, oferecer um combo, baixar os preços para quem levar mais unidades da mesma mercadoria. Isso aumenta o tíquete médio e traz faturamento”, reforça.
Como consumidores se tornam mais ponderados nas compras, a dica é cativá-los, com atendimento personalizado e numa apresentação diferente da loja, ensina Gaspar. Recomendação adicional é dada para o cuidado com dívidas novas. “Os juros e a inflação estão em ascendência. A não ser que o empreendedor consiga linha de créditos barata, não é o momento de se endividar”, afirma. A ordem é preservar a saúde financeira do negócio.
INOVAÇÃO “Crise é possibilidade”, afirma a dona da Lugano de BH – licenciada da marca gaúcha de chocolates artesanais –, Fernanda Trevisan, que tem usado o momento para inovar. Nascida no Rio Grande do Sul, ela abriu a loja na capital mineira em agosto do ano passado, quando a economia já dava sinais de turbulência, e, em fevereiro, inaugurou um quiosque da marca em um shopping. “Somos descendentes de italianos e alemães, que vieram para o Brasil porque sofreram guerra. Temos uma visão de oportunidade”, conta.
Sem medo de arriscar, a comerciante está apostando agora em três frentes: vendas pela internet, com a inauguração do e-commerce há três meses, diversificação das embalagens para agregar valor ao produto, além da abertura de um segundo quiosque, desta vez de cervejas artesanais de Gramado (RS), no mesmo shopping. “A crise possibilita uma negociação melhor. Não dá para descansar“, destaca. As estratégias permitiram, desde setembro de 2014, crescimento de 20% dos negócios.
O coordenador em Minas Gerais da Endeavor Brasil, organização de apoio a empresas de alto crescimento, Enio Borges, afirma que, na crise, empresários têm que enxugar custos e conseguir produzir mais com os mesmos recursos. “Nesses momentos, as empresas mais aptas a sobreviver são as mais eficientes. Por isso, é preciso ser criativo, oferecer produtos com maior valor agregado, priorizar equipamentos mais econômicos, trazer incentivos à produtividade dos funcionários, como bônus ou divisão de lucros”, explica Borges.