Rio, 11 - A queda nos preços da soja, do milho e do minério de ferro foi a principal responsável pelo freio na inflação do atacado na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de julho, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa desacelerou para 0,55%, após a alta de 1,12% registrada na mesma leitura de junho.
O resultado só não foi mais baixo porque os aumentos de preços dos alimentos in natura, com destaque para feijão e leite, pressionaram os custos ao produtor e ao consumidor, apontou Salomão Quadros, superintendente adjunto de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
"A alta do feijão e do leite contrabalançaram um pouco as quedas nos preços das matérias primas. Também começou um novo ciclo de alta do tomate, a banana ficou mais cara", enumerou Quadros.
Na primeira prévia do IGP-M de julho, a soja ficou 0,55% mais barata, enquanto o preço do milho despencou 8,99%. O choque de oferta dos grãos ficou para trás, com o fim das incertezas sobre as safras ainda a serem colhidas e a contabilização das perdas já assumidas nas lavouras de alguns países.
"Parece que os preços já chegaram a um limite e agora começam a recuar. Em 12 meses, o milho acumula uma valorização de 90,82%, já considerando a queda registrada agora. Ou seja, o milho tinha chegado a quase 100% de aumento em um ano", lembrou Quadros.
No caso do minério de ferro, a queda de 10,42% apenas na prévia de julho tem influência da cotação internacional, mas também da valorização do real em relação ao dólar. "A valorização cambial, aliás, também influencia o milho e a soja. O câmbio afeta os preços desses produtos porque são de exportação. No último mês, tivemos uma valorização cambial próxima a 10%", justificou Quadros.
Apenas a soja, o milho e o minério de ferro respondem por cerca de 15% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a inflação no atacado dentro do IGP-M. O indicador da FGV é tradicionalmente usado como base para o reajuste dos contratos de aluguel.