A instituição também aumentou o teto de financiamento de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões para imóveis dentro do SFI. “A Caixa já percebeu um aumento de procura por financiamentos nesse segundo semestre. O banco acredita que os ajustes promovidos contribuíram para o aumento da demanda crédito”, disse o vice-Presidente, Nelson Antônio de Souza.
A Caixa teve que buscar alternativas para ampliar o mix de recursos que servem de lastro para os empréstimos imobiliários, de modo a diminuir a participação das captações por meio de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), com o lançamento de
R$ 3,3 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Outra medida foi liberar recursos dos depósitos da caderneta de poupança junto ao Banco Central, o que disponibilizou R$ 5 bilhões. No caso das operações com recursos do FGTS, houve ampliação de R$ 30 bilhões. Para as linhas do Programa Minha Casa Minha Vida, houve expansão de recursos em cerca de R$ 13,5 bilhões para financiamentos onerosos, e em mais R$ 4,7 bilhões para subsídios.
Mercado
Na opinião do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, não se trata de dinheiro novo. “O valor já estava no orçamento, mas faltava demanda. O que a Caixa fez foi dizer: batam na porta porque misturamos várias fontes de recursos e temos dinheiro”, explicou. “As construtoras, no entanto, estão sem dinheiro para aplicar em novas obras. O que se pode considerar é um estímulo indireto. No sentido de que, se as empresas conseguirem vender o estoque por conta das linhas de financiamento, podem começar a pensar em investir em lançamentos”, disse.
Para Carlos Hiram Bentes David, presidente Sindicato da Habitação (Secovi-DF), o financiamento é o grande fomentador da compra e venda. “No momento em que a Caixa restringiu o crédito, diminuiu a procura por imóveis. Mudou o rumo quando ampliou o teto de R$ 750 mil para R$ 1,5 milhão, porque aumentou a faixa e o potencial de demanda. As medidas são muito bem-vindas porque ainda existe a expectativa de redução de juros”, ressaltou. Segundo ele, o resultado de 2015 foi pífio e o do primeiro semestre de 2016 também foi muito ruim. “Agora é que o mercado começa a reagir”, assinalou.
No entender de Paulo Muniz, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), a demanda sempre existiu, mas o setor estava notando cada vez mais dificuldade na aprovação dos cadastros, sobretudo pela Caixa, que é o principal agente financiador imobiliário. “A procura estava maior naqueles empreendimentos que fazem promoção, preço baixo. Mas a oferta começou a diminuir, com a recuperação da confiança, e a velocidade de vendas chegou a 5%, um bom índice”, lembrou.