Brasília, 21 - O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou nesta segunda-feira, 21, durante a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo Michel Temer, que um crescimento econômico brasileiro acima de 2% ao ano só será possível se três reformas forem realizadas: a trabalhista, a das regras de intermediação financeira e a política.
Setubal afirmou que a reforma trabalhista é essencial para que o País possa retomar sua capacidade de gerar empregos. Segundo ele, não existe hoje no Brasil uma empresa capaz de cumprir todos os detalhes formais e, se não há, é porque "há algo de errado". Ele afirmou que o trabalhador hoje está acuado e o passivo trabalhista cresce a cada ano.
Dentro da reforma trabalhista, o presidente do Itaú Unibanco defendeu uma flexibilização da jornada de trabalho para diferentes categorias. "A jornada não pode ser rígida para todos os setores", afirmou. Ele também defendeu a regra na qual o acordado entre trabalhadores e empregadores prevaleça sobre o legislado. "É essencial para melhorar o mercado", disse.
A segunda reforma que o banqueiro defendeu foi nas regras atuais de intermediação financeira. Setubal afirmou que é preciso tornar "mais flexível" o direcionamento de recursos captados hoje no Brasil. "Temos grande direcionamento de recursos para fins específicos", afirmou o presidente do Itaú Unibanco. Para ele, isso reduz a eficiência da política monetária.
Setubal defendeu ainda uma reforma política para reduzir o número de partidos no País. "Isso daria mais capacidade de ação em ambiente de estabilidade política", comentou o banqueiro. Para ele, essas reformas são necessárias, pois só a retomada do crescimento e do equilíbrio fiscal no Brasil não são suficientes para garantir um crescimento acima de 2% ao ano.
O presidente do Itaú Unibanco afirmou ainda que a crise pela qual o País passa é profunda e fruto de vários anos de políticas equivocadas. "A quantidade de problemas acumulados é muito grande", disse. Para ele, a PEC do Teto e a reforma da previdência são "essenciais para retomada do crescimento".