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Estado de Minas

Lojistas comemoram boas vendas na Páscoa

Clientes deixam para a última hora a compra dos ovos de chocolate e de bacalhau e surpreendem lojas em BH, que preveem resultado melhor do que no ano passado


postado em 14/04/2017 06:00 / atualizado em 14/04/2017 07:52

Movimento de clientes e prateleiras vazias em loja na Avenida Getúlio Vargas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Movimento de clientes e prateleiras vazias em loja na Avenida Getúlio Vargas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Se tem alguém que não pode reclamar da crise é o coelhinho da Páscoa. E não é para menos. No país que mantém a posição de maior Páscoa do mundo, 63% dos brasileiros têm o hábito de presentear com chocolates nessa data – prática que será mantida em 2017. E segundo a Associação Brasileira das Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o volume vendido este ano deverá superar o de 2016, quando foram comercializados 58 milhões de ovos em todo o país. Vale lembrar que o Brasil é o quinto maior consumidor de chocolate do mundo, uma média per capita de 2,5 quilos anuais.


Sorriso maior que aquele de quem ganha um chocolate parece ser o de quem vende. É o caso da empresária Luciana Andrade Bastos, que há pouco mais de três anos comanda uma franquia da Brasil Cacau na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ela confessa que começou o mês de março tensa com os dados econômicos, mas ontem era só alegria. “Nessa última semana estamos vendendo tudo. O resultado vai ser melhor que no ano passado, está superando minhas expectativas”, diz Luciana Bastos.

De acordo com ela, a marca optou por lançar promoções antes mesmo da Páscoa – em vez de esperar o fim do feriado para tentar acabar com a sobra de estoques. Além disso, adaptou os produtos à nova realidade do brasileiro, oferecendo modelos mais baratos, como os ovos mais clássicos em detrimento dos trufados. As vendas estão tão boas que ela já começou a trocar produtos com outras lojas franqueadas. E vai manter as lojas abertas de hoje até domingo, na expectativa de atender aos “retardatários”.

Quem também não tem do que se queixar é Rosana Barros, proprietária de uma franquia da Cacau Show no Bairro Funcionários, também na região Centro-Sul da capital. No início da tarde de ontem boa parte das gôndolas de sua loja já estavam vazias. “Todo mundo deixa para comprar na última hora. Hoje (ontem) tive que trazer minha filha e uma funcionária temporária para ajudar no atendimento”, comemora a empresária. De fato, a Abicab estima que as indústrias e lojas especializadas devem gerar cerca de 25 mil empregos temporários no país até o fim da Páscoa.

NO BOLSO
O sucesso deste ano, segundo ela, é explicado pelo maior investimento em produtos mais baratos, até R$ 20. Até porque, segundo Rosana, ela já previa uma queda significativa na venda corporativa, ou seja, aqueles produtos que as empresas comprar para presentear seus funcionários. “Eu me preparei para uma perda de um lado, mas crescimento de outro, que foi o das pessoas físicas”, ensina. Uma das clientes que esteve ontem na loja foi a professora Maria Elizabeth de Melo Versieux, que saiu de lá com ovos, coelhos e barrinhas de chocolate para presentear filhos, netos e outros parentes.

Embora avalie que os preços estavam mais “salgados” que no ano passado, ela não vai deixar de presentear as pessoas que ama, e gastou mais de R$ 300 com as guloseimas. “Nunca deixei de dar um ovo na Páscoa. Sou uma vovó generosa”, brinca. Quem pensa de forma semelhante é a decoradora Marta Costa, que fez questão de garantir ovos para os filhos e netos. “O preço subiu muito, mas esse gasto é só uma vez por ano. Uso o critério da qualidade para escolher os ovos”, explica.

 

Preço do chocolate registra alta

A demanda por ovos de Páscoa está aquecida mesmo com os preços mais altos. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de MG (Fundação Ipead/UFMG) mostra que o valor médio dos ovos de chocolate que serão distribuídos pelos coelhinhos no domingo teve aumento, de 4,68% na capital mineira.

Entre os ovos de Páscoa, a pesquisa do Ipead mostrou que a marca que mais promoveu aumentos no valor médio no último ano foi a Nestlé, de 9,79%. O reajuste dos produtos da Lacta ficou em 4,24%, em média, e a alta verificada para os ovos da Garoto foi de 1,12%.

De acordo com o Ipead, ainda assim, houve retração de preços em cinco dos 16 produtos analisados. O preço médio dos ovos selecionados para a pesquisa foi de R$ 36,27. No ano passado, ficou em R$ 34,84. Por causa da concorrência, podem ser observadas quedas maiores entre hoje e domingo. Por isso, o recomendado é pesquisar as opções, antes de comprar.

Pesquisa encomendada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e divulgada na última segunda-feira também mostra que os preços dos chocolates em barras e bombons subiram 12,61% nos últimos 12 meses. O reajuste ocorreu mesmo com a desaceleração da inflação, que acumula 4,57% de alta no último ano.


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