O presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG), Marco Aurélio Crocco, criticou ontem a nova política de créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estabelecida pelo Banco Central. Ao lançar um programa de investimentos para o empresariado mineiro, ele afirmou que o BDMG está cumprindo seu papel como gerador de desenvolvimento durante a crise econômica e comparou a própria atuação à da instituição de fomento nacional.
Crocco considera “preocupante” a nova remuneração dos empréstimos do BNDES que prevê a criação, a partir de 2018, da TLP, a taxa de longo prazo, que vai substituir a TJLP, ou taxa de juros de longo prazo. Crocco afirmou que uma medida “extremamente complexa” como essa deveria ter sido “no mínimo amplamente discutida”. “Essa medida põe em risco o principal instrumento que o empresariado teve para investir nos últimos tempos”, afirmou. Conforme anunciado, os novos contratos do BNDES serão substituídos paulatinamente pela TLP a partir de janeiro de 2018. “Isso significa que a taxa de juros que o BNDES vai emprestar é igual a taxa de juros do mercado”, disse.
O presidente do BDMG anunciou a redução na taxa de financiamento do banco para micro, pequenas, médias e grandes empresas. O incentivo vai atender a cerca de 5 mil clientes previstos para este ano (90% deles sendo micro e pequenas), quando a carta de empréstimos oferecidos somará R$ 1,55 bilhão. A redução média na taxa de juros será de 4,5 pontos percentuais.
De acordo com o BDMG, serão 30 produtos com redução de preços, que atingirão todos os segmentos de atuação do banco. A taxa do Geraminas Social, por exemplo, destinado a regiões com baixo IDH-M, passa de 1,69% para 1,55% ao mês. Já o Geraminas, que atua com capital de giro, passa de 1,89% para 1,71% ao mês.
A redução dos juros faz parte do programa Mais Investimentos, que também contará com a criação de fundos que dependem de aprovação pela Assembleia Legislativa. De acordo com Crocco, a medida foi possível porque o BDMG conseguiu reduzir em R$ 20 bilhões seu custeio nos últimos dois anos. Também está captando recursos no mercado a juros mais baixos e está prevendo um aumento no seu desembolso de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,55 bilhão.