São Paulo, 26 - Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança (SBPE) totalizaram R$ 20,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, montante 9,1% inferior ao registrado em igual intervalo de 2016, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Levando em conta apenas o funding do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), foi vista alta de 0,2% no primeiro semestre ante um ano antes, para R$ 31,1 bilhões. Somados, os dois segmentos encolheram 3,7%, totalizando R$ 51,7 bilhões em relação aos R$ 53,6 bilhões registrados de janeiro a junho do exercício passado.
Foram financiadas, com recursos das cadernetas de poupança, 82,5 unidades entre aquisições e construções no período, recuo de 17,9% em relação à primeira metade de 2016, quando 100,5 mil imóveis foram financiados. Apenas em junho, conforme a Abecip, o montante de financiamento imobiliário alcançou R$ 3,8 bilhões, alta de 6,5% em relação a maio, mas retração de 11,1% no período de um ano. A quantidade de imóveis financiados no mês passado subiu 5,7% e recuou 22%, nas mesmas bases de comparações, para 15,4 mil unidades.
"O primeiro semestre foi ruim. Esperamos decrescimento menor ou ao menos empate com o ano passado e isso não aconteceu, mas o patamar de empréstimos continuou interessante", disse o presidente da Abecip, Gilberto Abreu, em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira, 26, lembrando que as empresas estão em um ritmo menor de construção de novos empreendimentos após um ciclo de elevados estoques.
Diante desse desempenho, a Abecip resolveu revisar para baixo a projeção esperada para este ano. De alta de 5%, considerando empréstimos com recursos das cadernetas, para queda de 3,5%, com um total de R$ 45 bilhões.
Já as linhas que usam funding do FGTS devem crescer 4,1%, contra projeção anterior de declínio de 1,5%, para R$ 72 bilhões. Juntos, os dois segmentos devem ter alta de 1,0% em 2017 ante o ano anterior, totalizando R$ 117 bilhões, conforme as projeções da Abecip.
"Não estamos vendo ainda ciclo de crescimento na economia, mas estamos saindo do vale, do pior momento. A expectativa de melhora no primeiro semestre não aconteceu, mas há sinais de inflexão de que vamos voltar a crescer com novas bases", destacou Abreu.
(Aline Bronzati)