Depois da deflação de junho, Belo Horizonte voltou a registrar alta no custo de vida no mês passado, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG).
Por ser período de férias, o item “excursões”, que subiu 27,35%, foi o que mais impactou na alta do IPCA no mês passado. A cesta básica seguiu a tendência e subiu 0,64%. Os itens vestuário (2,04%), despesas pessoais (1,32%) e encargos e manutenção das residências (1,03%) também ocuparam o topo da lista de maiores altas.
Entre os produtos e serviços que mais impactaram o índice, as taxas de condomínio residencial tiveram elevação de 2,43% e as tarifas de energia ficaram 2,43% mais caras.
Medida provisória editada pelo presidente Michel Temer elevou a taxa de impostos sobre os combustíveis e impactou diretamente o preço da gasolina.
Na capital, os motoristas perceberam variação de 2,61% no preço, pressionado o grupo de produtos administrados, que subiu 0,78%. Outro item curioso também contribuiu para deixar o salário mais curto. Os ingressos para acompanhar as partidas de futebol subiram 29%.
Mas o IPCA também registrou quedas. Quem teve que levar o carro para fazer reparos, por exemplo, experimentou redução de 5,84% no preço praticado pelas oficinas. Quem precisou comprar livro didático também se surpreendeu positivamente com baixa de 17,84%. Outros “heróis” ainda fizeram com a inflação não ficasse ainda maior. O vidro teve queda de 9%, o valor do lanche retraiu 3,6% e as refeições, 1%.
No acumulado do ano, a inflação registrada pelo IPCA em Belo Horizonte registra alta de 3,69%, mas ainda não extrapolou o centro da meta de inflação estabelecido pelo Banco Central, de 4,5%. Segundo o Ipead, porém, o IPCA inverteu a tendência de quedas sucessivas, apuradas para o período de 12 meses, que vem ocorrendo desde abril de 2016.
Cesta básica
O preço da cesta básica também apresentou inflação de 0,64% em julho. Os preços dos produtos que compõem a cesta somaram R$ 395,29 no mês. O principal vilão foi o tomate, que ficou 41,82% mais caro quando comparado o preço atual com o que era praticado no mês passado nos sacolões e supermercados da capital.
Ainda na esteira dos que ficaram mais caros, vêm a banana-caturra, que subiu 6,24%, o leite pasteurizado, com 2,09%, o óleo de soja (1,95%) e o arroz (1,53%).
Por outro lado, a batata-inglesa ficou 24,42% mais barata. Logo depois, vem o açúcar cristal com queda de 5,46%, o chã de dentro (3,43%), o feijão carioquinha (2,30%) e o pão francês (2,28%). O trabalhador precisou de 42,19% do salário mínimo – atualmente em R$ 937 –, para adquirir os produtos que a compõe a cesta básica.
O levantamento do Ipead ainda considerou o Índice de Confiança do Consumidor da capital mineira. Os números apontam para queda de 0,23%. O desemprego, que atingiu a taxa de 14,05%, foi o principal fator que contribuiu para essa queda.
Dia dos Pais
O Ipead pesquisou a intenção dos moradores de Belo Horizonte de presentar no Dia dos Pais. Segundo o levantamento, apenas 43,81% pretendem presentear o pai ou alguma pessoa próxima na data. Já os que disseram que vão fazer esse agrado pretendem dar produtos com preços entre R$ 101 e R$ 150.
Outra pesquisa feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) divulgada nesta semana, mostra que os comerciantes estão mais otimistas que os consumidores. Isso porque a expectativa de gastos com presentes dos lojistas é R$ 180,62, em média. Em 2016, o valor médio foi de R$ 117,23.