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Estado de Minas

Gasolina em alta acelera inflação em BH

Reajustes seguidos dos combustíveis levam indicador de preços a subir 2,61% em agosto em BH, segundo pesquisa do Ipead. Taxa é mais da metade dos 3,63% de elevação em 12 meses


postado em 05/09/2017 06:00 / atualizado em 05/09/2017 09:00

Com novo reajuste anunciado ontem pela Petrobras, aumento do derivado do petróleo passa de 10% apenas nos primeiros dias de setembro(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Com novo reajuste anunciado ontem pela Petrobras, aumento do derivado do petróleo passa de 10% apenas nos primeiros dias de setembro (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O custo de vida na capital mineira voltou a subir em agosto puxado, principalmente, pela alta da gasolina que sofreu ontem, seu quarto aumento consecutivo desde o último dia 26. A variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) saltou de 0,13% em julho para uma alta de 2,61% em agosto.

Nos últimos 12 meses, o indicador acumulada chega a 3,63%. O índice foi medido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais. Apesar da elevação, a inflação acumulada em 12 meses em Belo Horizonte continua dentro do centro da meta estipulada pelo Banco Central que é de 4,5%.

Além da gasolina, que sofreu um aumento de 12,20%, outros itens que contribuíram para a elevação dos preços foram as taxas dos condomínios, serviços de conserto de veículos, seguros automotivos e tarifas de águas e esgoto.
Foram registradas altas ainda nos preços do pão de sal (2,2%), sorvete (7,8%) e nas refeições feitas fora de casa (0,6%). Já os itens “vestuário e complementos” foi um dos que mais registraram queda (-4,59%). Também foi registrada redução de preços dos alimentos comercializados in natura (-2,48%). A maior queda foi do tomate (-23,18%) e do feijão (-15,02%).

Já o custo da cesta básica, que engloba 13 produtos industrializados e in natura, apresentou queda de 4,17% entre julho e agosto. Um dos principais fatores foi a redução do preço do tomate.

O valor da cesta em agosto foi de R$ 378,80, o que representa 40,43% do salário-mínimo. Neste ano, a cesta já teve uma redução de 8,76%. Nos últimos 12 meses, a queda é de 11,9%. Em agosto de 2016, a mesma cesta custava R$ 430. “Pelo menos a cesta deu um certo alívio no bolso do trabalhador”, comenta a coordenadora de pesquisa do Ipead.

Desconfiança O que continua em alta, segundo ela, é a falta de otimismo do belo-horizontino medido pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC-BH). Nesse levantamento, ele está 34,72%, uma alta de 3,15% de janeiro até agosto, mas ainda abaixo de um dado positivo. De acordo com Thaize, o índice é medido em uma escala de 0 a 100. “Abaixo de 50 é considerado pessimista”, explica.

Ela afirma que essa queda começou a ser registrada em 2015, com o início da crise desencadeada após as eleições, e desde então o indicador permanece negativo. O que mais contribui, afirma Thaíze, é percepção de que a empregabilidade está ruim. Os resultados revelam que os consumidores estão mais pessimistas em relação à expectativa econômica do país e financeira da família, no mês de agosto em relação a julho. O maior responsável pela queda desse pessimismo foi o item inflação.

Entre as principais expectativas de compra para o próximo mês estão vestuário (30%) e moradia (8,57%). Antes da crise, a compra de carro e moradia estavam sempre no topo dos produtos que o consumidor mais planejava adquirir, relata a pesquisadora.


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