A cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai receber no próximo dia 19 o julgamento que, para especialistas, é o júri popular de maior repercussão de Minas Gerais nos últimos tempos. Vão encarar o banco dos réus o ex-goleiro Bruno Fernandes, o amigo dele, Luiz Henrique Romão, o ex-policial civil Marcos Aparecido, as ex-mulheres de Bruno, Dayanne Rodrigues e Fernanda Gomes. Todos são acusados de envolvimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio. No entanto, Minas coleciona sessões de julgamentos históricos de crimes hediondos. Nesses casos, o destino dos réus ficou nas mãos de pessoas comuns, que optaram por condená-los.
O promotor Francisco Assis de Santiago faz sessões de júri há mais de 20 anos em Belo Horizonte e comenta sobre a preparação de um acusador. “O promotor é o porta-voz do processo para os jurados. Eu sou um vetor para eles”. O em.com.br levantou sete julgamentos de grande repercussão no estado. Em dois deles, Santiago representou o Ministério Público. No entanto, o promotor explica que o tratamento para cada sessão é igual, independentemente das pessoas envolvidas e do tipo de crime. “Leio o processo, faço minhas anotações. Vou para o júri sabendo o que vou fazer e não tenho mais aquela dor de barriga do promotor jovem”, relembra.
Para ele, o acusador não pode se preocupar com quem está assistindo ao júri ou com a presença de muitas pessoas no plenário. Também não deve se prender ao fato de que o crime trouxe comoção social ou repercussão na imprensa. Relembre alguns casos de Minas Gerais:
Borracheiro que executou ex-mulher
Por volta das 8h40 de 1º de janeiro de 2010, Fábio Willian da Silva invadiu o salão de beleza da ex-mulher Maria Islaine de Moraes, no Bairro Santa Mônica, Região de Venda Nova, e disparou oito tiros à queima roupa. Quatro acertaram no peito, três nas costas e um na cabeça da vítima. Alguns clientes que estavam no local presenciaram o crime. A ação foi filmada pelas câmeras de segurança instaladas no interior do estabelecimento. Ele enfrentou o banco dos réus no dia 18 de agosto de 2011 e foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado. No entanto, teve a pena reduzida em um ano após recurso na Justiça. Mais de um ano depois da sessão, o assistente de acusação no júri, o advogado José Arteiro, comentou o resultado: “Aquele sujeito é um criminoso. Desrespeitou a Justiça e a lei. Foi condenado porque é um bandido”. Para o advogado, o momento mais marcante do júri foi quando Fábio admitiu ter matado e disse que mataria novamente, debochando da Justiça e declarando que ficaria apenas cinco anos preso.
Bando da degola
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Maníaco de Contagem
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Mãe que jogou bebê na Lagoa da Pampulha
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Máfia dos Combustíveis: morte do promotor de Justiça Francisco Luís Rego
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Condenação de Reinaldo Pacífico
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Caso Míriam Brandão
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