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Estado de Minas

Ciências da natureza desafiam lógica no Enem

Professor e estudantes mostram caminhos práticos para enfrentar com tranquilidade provas de biologia, física e química do exame nacional do ensino médio. Segredo é a interpretação


postado em 11/10/2011 07:09 / atualizado em 11/10/2011 07:27

Raphael Rodrigues de Melo e João Victor Fagundes, do Colégio Magnum, complementam os estudos com revistas e documentários(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Raphael Rodrigues de Melo e João Victor Fagundes, do Colégio Magnum, complementam os estudos com revistas e documentários (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Ter na ponta da língua a relação entre aceleração, velocidade, peso e altura é conhecimento que desafia a lógica de muita gente. Elementos químicos e classificações da botânica e da zoologia também não ficam para trás. Afinal, nem sempre é fácil ver na prática o que grandes cientistas descobriram em simples observações ou por meio de números mirabolantes. Na quarta matéria da série especial de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com provas previstas para os dias 22 e 23, o D+ entra hoje no campo das ciências da natureza e suas tecnologias, o grupo da biologia, da física e da química.

A área tem grande peso nos processos seletivos das instituições de ensino superior e afeta diretamente a vida de quem sonha com vagas em cursos para lá de concorridos, como a medicina e a engenharia. A dica dos especialistas é unânime: mais que saber fórmulas, o desafio é integrar números, nomes e coeficientes e conseguir aplicar todos esses instrumentos ao cotidiano.

A matriz de referência do Ministério da Educação (MEC) deixa claro: é preciso “compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade”. Em outras palavras, diga “não” ao decoreba e “sim” a muita interpretação. Segundo o professor de biologia Marco Antônio Barbosa, supervisor do 3º ano do ensino médio do Colégio Magnum, unidade Cidade Nova, em Belo Horizonte, interdisciplinaridade é outra palavra-chave e, por isso, as questões do Enem poderão abordar temas de diferentes matérias simultaneamente.

AMBIENTE

Ele alerta que, além dos objetos do conhecimento tradicionais do currículo do ensino médio, novos tópicos serão cobrados. Na biologia, é bom ficar atento aos indicadores sociais e ambientais, aspectos biológicos da pobreza e do desenvolvimento humano, tecnologias ambientais, noções de legislação ambiental, violência e segurança pública, obesidade e gravidez na adolescência e índice de desenvolvimento humano.

Na química, a aposta é em estudos sobre a água, química no meio ambiente e o uso dela na sociedade moderna, como em baterias e no lixo nuclear. Na física, é importante ainda que o aluno saiba relacionar os fenômenos físicos com fatos do dia a dia, como eletricidade e motricidade. O professor enfatiza que a disciplina não privilegia a memorização e aplicação simples de fórmulas, como ocorre em grande parte dos vestibulares mais tradicionais.

“Os alunos devem assistir a filmes e documentários que abordem assuntos relacionados às ciências naturais. Temas como aquecimento global, biotecnologia e fontes alternativas de energia merecem atenção especial. Os candidatos devem ficar atentos ainda a projetos e iniciativas que objetivam a melhoria da qualidade de vida da população e o desenvolvimento sustentável, e procurar refletir sobre os limites éticos nos avanços científicos”, alerta Marco Antônio.

DESAFIO

Os estudantes João Victor Fagundes e Raphael Rodrigues de Melo, ambos de 17 anos, seguem os conselhos à risca, mesmo sendo essa a área de domínio dos dois. João, candidato a uma das cadeiras de engenharia civil na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não fica sem ler guias de estudantes e revistas semanais. O olhar é sempre mais atento quando os assuntos são a poluição de rios e lagos, na biologia, e a radioatividade, na química. “O conteúdo acaba sendo tranquilo se houver domínio dos aspectos básicos. E estou confiante, pois a escola me deu uma boa base”, diz.

Raphael volta todas as atenções para saber contextualizar e relacionar os problemas ambientais da química e da biologia com as questões da atualidade. Na física, ele espera fazer muitos pontos em perguntas relacionadas a termoquímica, cinética e mecânica, temas com os quais tem mais afinidade. A poucos dias da prova, o jovem se prepara para o desafio de controlar tempo e o cansaço na hora H. Assistir ao noticiário televisivo e ler revistas fazem parte também da rotina: “O mais importante é saber contextualizar o conteúdo com o que vemos no dia a dia. E saber equilibrar, pois estudo demais pode estressar. Lazer também é fundamental”.

Dicas para o teste
1. Procure se informar sobre os objetos de conhecimento descritos na matriz proposta pelo MEC para a área de ciências da natureza, disponível na internet (www.mec.gov.br)
2. Procure fazer a leitura de periódicos (revistas, jornais), principalmente dos que são direcionados às publicações científicas
3. Procure conhecer as obras de grandes cientistas, como Galileu, Darwin, Mendel, Newton e Lavoisier e como cada uma delas influi no nosso modo de vida
4. Sites de institutos oficiais, universidades e ONGs são ricas fontes de informações sobre diferentes temas relacionados à área de ciências da natureza
5. Temas como aquecimento global, biotecnologia e fontes alternativas de energia merecem atenção especial
Na hora da prova
1. Ao ler as questões da prova de ciências da natureza do Enem, procure identificar palavras-chave, que indicam os principais conceitos de cada matéria – biologia, física e química – e se esforce para relacioná-los à vida cotidiana
2. A proposta do Enem para as ciências da natureza e suas tecnologias é de uma grande interdisicplinaridade. Portanto, o candidato deve estar preparado para aplicar conhecimentos de mais de uma disciplina em uma mesma questão
3. Em questões que abordam temas polêmicos, como uso de transgênicos e células-tronco, procure identificar os prós e contras se preocupando em perceber os impactos para o ambiente e sociedade
4. Vale sempre lembrar que o Enem e as provas de ciências da natureza não exigem decoreba, mas sim conhecimento, raciocínio e, principalmente, capacidade de relacionar temas para chegar à resposta correta
5. As questões são contextualizadas, interativas e apresentam enunciados e respostas longas, o que exige do aluno a mobilização de diferentes recursos, como conteúdos conceituais, habilidades e domínios de linguagens

Fonte: Marco Antônio Barbosa, professor de biologia e supervisor do 3º ano do ensino médio do Colégio Magnum Cidade Nova


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