O arquiteto Oscar Niemeyer só perdeu a lucidez na manhã desta quarta-feira (6). A informação foi dada pelo médico Fernando Gjorup, que acompanhou o arquiteto nos últimos dias em entrevista coletiva. "A vontade de viver faz viver mais. O que impressiona é que aos 105 anos e com uma cabeça lúcida", diz o médico.
O sobrinho do arquiteto Paulo Niemeyer também conversou com a imprensa e disse que o velório será realizado em Brasília a pedido da presidente Dilma Rousseff. O local escolhido foi o Palácio do Planalto, que foi projetado por ele.
O médico confirmou que a causa da morte foi uma infecção respiratória, diagnosticada na manhã desta quarta-feira, de acordo com o último boletim médico divulgado pelo Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, onde o arquiteto estava internado desde o dia 2 de novembro. Niemeyer faleceu às 21h55. Ele faria 105 anos no próximo dia 15.
Segundo relato do médico, a mulher e os netos estavam ao lado de Niemeyer quando ele faleceu. Também segundo o médico, Niemeyer conversava pouco com ele sobre o estado de saúde. "Ele não gostava de falar sobre saúde, não. Ele tinha preocupação com as causas sociais. Nossas conversas eram sobre isso", diz o médico. Em seguida, afirma: "Ele nunca falou sobre morte. Só falava em viver", diz o médico. E completa: "Preciso voltar para casa para tomar vinho e cuidar dos projetos atrasados." Era a frase que Niemeyer repetia no hospital, diz Paulo Niemeyer.
Com informações do repórter João Valadares, do Correio Braziliense.