Comissão da Assembleia Legislativa vai debater irregularidades na Nelson Hungria

A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) deve promover uma audiência pública para discutir as denúncias de irregularidades na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre as principais inadequações estaria o uso de drogas e telefones celulares pelos detentos. A data da reunião ainda não foi definida.

A maior parte dos presos mais perigosos de Minas está detida na Nelson Hungria. Em fevereiro, Marcos Antunes Trigueiro, de 32 anos, conhecido como Maníaco de Contagem, sofreu um ataque de outro preso enquanto tomava banho de sol. Com uma faca, ele foi atingido no peito. Em outra ocorrência, no mês passado, Frederico Flores, acusado de comandar o Bando da Degola, usou maconha nas dependências da penitenciária, o que foi apontado em laudo de sanidade mental feito pelo Instituto Médico Legal.

Nesta quarta-feira, a Polícia Civil apresentou três pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha de tráfico de drogas que agia em Betim e Belo Horizonte. Segundo a polícia, as ações do trio eram coordenadas por dois presos da Nelson Hungria que usavam celulares para entrar em contato com os suspeitos. Desde a manhã de segunda-feira, 400 agentes penitenciários fazem uma megaoperação de vistoria nas celas da penitenciária. O objetivo é recolher drogas, armas e objetos irregulares, como celulares, mantidos pelos presos. Parentes de presos estão revoltados com a varredura na penitenciária. Eles disseram que os próprios detentos, por celular, denunciaram agressões durante a operação.