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Estado de Minas

BRT de Uberlândia e boas rodovias ligam a região a grandes centros econômicos


08/05/2011 08:29 - atualizado 08/05/2011 08:58

Em 13 estações, passageiros desembarcam e embarcam pagando apenas uma passagem
Em 13 estações, passageiros desembarcam e embarcam pagando apenas uma passagem (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)


Com o metrô estagnado, Belo Horizonte recorre a outro meio de transporte de massa para desafogar o transporte público. Só depois de ter sido escolhida uma das 12 sedes da Copa’2014, conseguiu financiamento federal para criar rotas de Bus Rapid Transit (BRT). Os projetos, no entanto, ainda não saíram do papel. Em Uberlândia, o BRT já é realidade. Na Avenida João Naves de Ávila, uma das principais da metrópole do Triângulo, ônibus circulam em faixas exclusivas e há 13 estações de passageiros entre o Bairro Santa Luzia e o Centro. “A gente paga a passagem antes de entrar no coletivo. Com um bilhete (R$ 2,40), podemos desembarcar em qualquer estação e pegar uma linha para outro ponto da cidade. Agiliza o deslocamento e acaba com a fila na roleta. Quem não é atendido pelo BRT sofre mais”, diz o motorista Romeu José Pelegrini, de 40 anos.

Coordenador do Departamento de Transporte Urbano da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Carlos Alberto Faria afirma que o trânsito dá sinais de saturação no Centro, resultado do aumento da frota, que chega a 330 mil veículos. Natural de Uchoa (SP), há 31 anos ele escolheu Uberlândia para viver. “A média é de duas pessoas por cada carro. A média nacional é de quatro a cinco pessoas por automóvel. A saída é a descentralização urbana, estimulando as atividades comerciais, escolares, bancárias e hospitalares nos bairros”, aponta.

Com grande circulação de pessoas, devido à intensa atividade comercial, o Centro de Uberlândia mistura imóveis antigos com prédios mais modernos. Não há sinais de degradação, pichação, depredação de equipamentos públicos, tampouco moradores de rua.

A dona de casa Lúcia de Fátima Neves, de 53, do Bairro Gravatás, não usa o BRT e reclama da espera no ponto de ônibus da Praça Tubal Vilela, no Centro. “A demora está maior a cada dia”, diz. Nada que abale a mãe dela, a aposentada Conceição Martins, de 79. “Moro em São Paulo e lá gasto até três horas para chegar em casa. Isso aqui para mim é um mar de tranquilidade”, afirma.

Obras viárias estão sendo feitas na cidade, entre elas um viaduto no cruzamento da João Naves de Ávila com a Avenida Rondon Pacheco, o mais movimentado de Uberlândia, onde os semáforos serão eliminados. “Vai resolver o problema nesse ponto, mas ele será empurrado para outro local. De qualquer forma, a qualidade de vida aqui é acima da média nacional. Vivemos em uma condição privilegiada”, ressalta o especialista da UFU.

Os canteiros de obras são fonte de aprendizado para os alunos do curso de engenharia civil da UFU. Em um grupo de quatro colegas, apenas Fernanda Menegaz, de 20, nasceu em Uberlândia. Adriana Machado, de 20, é de Buriti Alegre (GO); Goubyan Borges Guimarães, de 23, é natural de Coromandel (Alto Paranaíba); e Túlio Machado, de 20, é de Água Boa (MT). “À medida que Uberlândia cresce, a infraestrutura fica melhor. Está virando uma cidade universitária, mas temos moradias estudantis”, disse Goubyan. “Pelo menos 80% da nossa turma não é de Uberlândia”, afirmou Fernanda.

Neste primeiro semestre, 1.338 alunos iniciaram cursos nos câmpus Umuarama e Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU): 709 (53%) são da cidade e 629 (47%) de fora.

FALTA MÃO DE OBRA

A expansão imobiliária também é visível em Uberlândia. Prédios são erguidos pelos quatro cantos da cidade, como destaca outro professor da UFU, Alberico dos Santos Guimarães. Nascido em Caçu (GO), ele foi atraído pela universidade e mora no polo do Triângulo há 39 anos. “Há prédio de todo tipo, muitos sem qualidade, que poderão se transformar em favelas de concreto em algumas décadas. Bairros inteiros nasceram do processo de desfavelização de certas áreas. O bom é que 100% da cidade tem esgoto tratado”, disse.

Outro setor que cresce em Uberlândia é o hospitalar, segundo o técnico em radiologia Gilvane Zappani, de 29. Atraído por esse mercado, deixou São Paulo há três anos. “A demanda é grande, muita gente da região busca atendimento médico aqui. A parte de radiologia, ou seja, raios X, tomografia e ressonância magnética, está se expandindo muito, com compra de aparelhagem nova. Acredito que muita mão de obra terá de ser buscada fora de Uberlândia”, afirmou. Ele opera equipamentos digitais, com tecnologia de ponta, no Hospital Santa Clara.

Nascido em Uberlândia, o professor Eduardo Jorge Hubaid, de 61, que também trabalha na UFU, acompanhou de perto o desenvolvimento da cidade e o crescimento de sua população. Ele reclama da falta de mão de obra em várias áreas. “A taxa de desemprego é muito pequena, então falta de tudo: prestadores de serviços, garçons.” Segundo o uberlandense, restaurantes tradicionais fecharam as portas e os clubes recreativos se tornaram os principais redutos sociais. “A parte cultural é muito boa, tem cinema, shows, e o teatro municipal está sendo reformado. Eventos esportivos também ocorrem com frequência no Ginásio Sabiazinho (Arena Presidente Tancredo Neves) e no Parque do Sabiá (Estádio Municipal João Havelange). Outra tradição é a festa de congado na Praça Rui Barbosa”, disse.


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