Com o crescimento populacional de Uberlândia, a violência passou a incomodar os moradores da cidade, aumentando a sensação de insegurança. “Assaltos e até assassinatos se tornaram mais frequentes nos bairros da Zona Sul, coisa que a gente quase não via no passado”, afirmou a estudante de agronomia Jéssica Firmino de Abreu, de 19 anos, moradora do Granada. “De ruim, está sendo o aumento da marginalidade”, confirma o professor universitário Alberico dos Santos Guimarães, que nasceu em Caçu (GO) e mora em Uberlândia desde 1972.
Segundo a delegada regional em exercício de Uberlândia, Adriana Couto Ladeira, o crime mais registrado na cidade é o roubo. No ano passado, foram 3.226 ocorrências. Na média, as estatísticas de homicídio tiveram ligeiro aumento: foram 133 assassinatos em 2010 (11 por mês) e 49 de janeiro a abril (12,2 por mês). “Mais de 60% das mortes são ligadas ao tráfico de drogas. Apreensões de grandes cargas são feitas de vez em quando, principalmente de pasta base de cocaína e maconha. Crack é mais apreendido em pequenas quantidades, com os usuários. Já o roubo de carga diminuiu”, afirma a delegada.
Ela não vê uma relação entre o aumento populacional e da violência em Uberlândia nem aponta um bairro ou região da cidade com maior incidência da criminalidade. “O reforço nas ações de segurança pública, com o trabalho integrado das polícias, é uma meta do governo do estado. Trabalhamos em parceria com as forças policiais das cidades do Triângulo Mineiro e dos estados vizinhos, fazendo operações nas fronteiras. Ocorre muito de os criminosos migrarem de ponto, tentando escapar do cerco”, ressalta Adriana Ladeira. Segundo ela, a atuação de integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, não é recorrente em Uberlândia. “Há mais boatos. São criminosos que usam este rótulo para tentar impor respeito.”
Outro mecanismo que ajudou a reduzir a violência na cidade, segundo a delegada, foi o sistema de monitoramento eletrônico Olho Vivo. Câmeras foram instaladas nos principais cruzamentos do Cento da cidade. Natural de São Gotardo, também no Triângulo, ela chegou a Uberlândia há 21 anos e se adaptou bem à cidade. “A qualidade de vida é muito boa.”