Uma adolescente de 14 anos estaria sendo "vendida" pela própria mãe, em Divinópolis, a 120 quilômetros de BH, no Centro-Oeste de Minas. A menina fez a denuncia logo após assistir a uma palestra da Polícia Militar na escola onde estuda. Ela estaria sendo molestada por um traficante, com o consentimento da família, que em troca cobrava do homem algumas pedras de crack. O caso será investigado pelo Ministério Público. A garota foi encaminhada para um abrigo da cidade.
O caso foi denunciado nessa terça-feira, quando a Patrulha Escolar da Polícia Militar, que começou a atuar na cidade há uma semana, recebeu a denuncia. Os soldados Ana Carolina Mendonça e Túlio Campos estavam na Escola Estadual Nossa Senhora do Sagrado Coração, no Bairro São Luiz, quando foram procurados pela vítima.
Ela pediu para falar em particular com a policial feminina e contou o caso. “A mãe seria usuária de drogas e, sem dinheiro para manter o vício, ela teria combinado com o traficante que deixaria que ele abusasse da adolescente como pagamento pelo crack”, conta.
O objetivo da Patrulha Escolar, que já visitou doze escolas até o momento, é criar um “vínculo” com os estudantes para que eles possam a confiar no trabalho da PM e se sintam seguros para denunciar maus tratos ou qualquer tipo de abuso que estejam sofrendo.
Depois que a adolescente fez a denúncia, os militares descobriram que a família já vinha sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar a algum tempo. O caso foi parar na delegacia e a mulher, que não foi identificada para manter em sigilo a identidade da vítima, foi chamada para prestar depoimento. Ela teria alegado a que tia da garota seria a responsável pela “venda” da adolescente..
O traficante acusado de levar a droga e abusar da menina já foi identificado, mas continua foragido. A delegada Maria Gorete Rios, que está acompanhando o caso confirmou que foi aberto inquérito policial. A polícia não sabe ainda de a menina foi estuprada.
O promotor da Vara da Infância e Juventude Carlos Fortes informou que o caso foi levado para o Ministério Público, que vai investigar o envolvimento dos acusados no abuso da adolescente. Enquanto isso, a menina continuará num abrigo da cidade. “Agora será necessário avaliar as necessidades dessa garota e definir como será o acompanhamento, psicológico e médico”, disse.