A Polícia Civil deve apresentar nesta quarta-feira o suspeito de matar o investigador Wladimir Batista Rocha, de 48 anos, numa saidinha de banco na Região do Barreiro. No fim da tarde de terça, o policial civil levou um tiro na cabeça e um na perna. O colega dele, Whithe dos Santos Almeida, de 34, foi atingido no tórax e na perna, sendo levado para o Hospital João XXIII
Os policiais foram abordados na esquina das ruas Desembargador Reis Alvos e Bom pastor, às margens do Anel Rodoviário e a poucos passos da entrada de uma oficina para onde levariam o dinheiro sacado no banco. Os agentes teriam reagido ao assalto.
"Bico"
Na cena do crime, vários agentes da Polícia Civil estavam inconformados. Alguns deles afirmaram que Wladimir e Whithe faziam “bico” no momento em que foram abordados e tentavam justificar o trabalho extra e irregular. “A gente recebe pouco, muitos colegas acabam tendo de recorrer a isso”, admitiu um investigador de Betim, na região metropolitana. A polícia não comenta a hipótese de “bico”.
No entanto, Edna Coelho, irmã do proprietário da oficina, revelou que o dinheiro em poder dos agentes seria destinado ao pagamento de funcionários. “O Wladimir fazia isso de vez em quando para o meu irmão, ele era amigo da família”, sustenta Edna, que também trabalha na mecânica. Ela relata que, por volta das 14h, escutou gritos de “Perdeu, perdeu” e que, em seguida, vieram os disparos.
As vítimas já tinham descido do carro em que estavam, um Palio preto, e caminhavam em direção ao portão da oficina, quando dois homens em uma moto os cercaram. Segundo Edna, Whithe Almeida teria conseguido acertar a perna de um dos assaltantes. Policiais de uma viatura da Polícia Militar que estavam nas imediações do tiroteio escutaram os disparos, chegaram ao local e iniciaram a perseguição aos criminosos, que fugiram, sem levar o dinheiro, na moto. Pouco metros adiante, Wallison Silva desceu da motocicleta e tentou fugir a pé, mas foi preso perto da cena do crime, em uma matagal próximo à entrada da Via do Minério, no Anel Rodoviário.
Vítima
Wladimir era casado, tinha quatro filhos, três trigêmeos de 6 anos e um adolescente de 14, e estava havia 25 anos na corporação. Ele vivia no Vale do Jatobá, na Região do Barreiro, e era da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) de Contagem.