Uma das testemunhas do processo que investiga três policiais do extinto Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil, denunciados por sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver, foi morta a tiros nessa segunda-feira. Diego Bruno de Oliveira foi atacado em um salão de beleza no Bairro Confisco, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi atingida por quatro tiros nas costas. A informação foi divulgada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, deputado Durval Ângelo (PT), e não foi confirmada pela Polícia Civil.
De acordo com a delegada Alessandra Wilke, da delegacia de Homicídios Noroeste, a príncipio, a morte do homem não está relacionada com as investigações da GER. “Não temos confirmação se a vítima era testemunha no caso. No local do homicídio, alguns policiais conversaram com parentes do homem e ninguém informou que ele era ameaçado e nem comentaram se ele tem participação nisso (Caso do GRE)”, afirmou. “Vamos procurar a Corregedoria para ver se confirma a participação dele no processo, mas ainda não há nada de oficial sobre isso”, declarou a delegada.
Relembre o caso
Os agentes da Polícia Civil Gilson Costa, Anderson Marques e Wanderlim de Souza, além de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado também do assassinato de Eliza Samúdio, foram denunciados em maio deste ano pelo Ministério Público. Eles são acusados de matar Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, em 2008.
De acordo com denúncias feitas à Comissão de Direitos Humanos, eles teriam matado os dois homens e dado seus corpos para serem devorados por cães, no então centro de treinamento do GRE, que funcionava de sítio de Bola, em Esmeraldas, na Grande BH. Diego e outro homem teriam estado com as duas vítimas momentos antes de serem obrigadas a entrar em um carro do GRE, nas imediações do centro de treinamento.
O corpo de Diego está sendo velado em Contagem, na Grande BH, e deve ser enterrado ainda hoje no cemitério Bom Jesus, na mesma cidade.