Há mais de 40 dias, a enfermeira Renata Torres, de 29 anos, assiste a uma cena inusitada. Todas as manhãs, enquanto espera o ônibus no canteiro central da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste da capital, ela vê um homem franzino trabalhar com um formão. Com destreza, o carpinteiro Daniel Lisboa de Oliveira, de 43, transforma toras de madeira em obras de arte.
São araras, corujas e águias, algumas de até 1,70m de altura e 80 quilos. “O trabalho dele é fantástico. Mesmo sob esse sol, ele continua a criar”, diz Renata, com aprovação da mãe, a comerciante Ofélia Torres, 57: “Muito bom ele estar reciclando essa madeira, que, aparentemente, não vai ter uso”.
O artista aproveita parte das quase 500 árvores derrubadas para dar passagem ao BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) e abandonadas ao longo do canteiro central da avenida. A prefeitura já suprimiu 11.332 espécimes este ano em toda a cidade. Do monte de toras amontoadas, Daniel usa sobretudo as de vinhático, madeira nobre considerada uma maná pelos artesãos e escultores. Nos intervalos da chuva no sábado e domingo, ele instalou sua oficina ambulante – uma sacola com formão, machadinha, trena e marreta de borracha – em frente ao número 2.101, bem perto do Feira dos Produtores.
Da obra para a avenida O corte das árvores começou em 13 de outubro e, dois dias depois, avisado por um colega, Daniel estava na área. “Trabalhava como carpinteiro numa obra no Bairro Belvedere, pedi demissão e me mandei para cá.” Segundo ele, como a construção civil anda em alta, com empregos sobrando, ele se sentiu à vontade para deixar tudo e aproveitar a raríssima oportunidade de ter centenas de árvores à sua disposição.
O escultor revela que chegava a ganhar até R$ 2,7 mil na obra, mas ganhará mais com as esculturas. Ele leva cerca de cinco horas para fazer uma águia grande, por exemplo, que vende por R$ 350. Daniel calcula que fez 40 esculturas na Cristiano Machado, em meio ao caos de buzinas e fumaça. Quando não vende ali, guarda as peças num local perto ou leva para sua casa, no Bairro São Cristóvão.
São araras, corujas e águias, algumas de até 1,70m de altura e 80 quilos. “O trabalho dele é fantástico. Mesmo sob esse sol, ele continua a criar”, diz Renata, com aprovação da mãe, a comerciante Ofélia Torres, 57: “Muito bom ele estar reciclando essa madeira, que, aparentemente, não vai ter uso”.
O artista aproveita parte das quase 500 árvores derrubadas para dar passagem ao BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) e abandonadas ao longo do canteiro central da avenida. A prefeitura já suprimiu 11.332 espécimes este ano em toda a cidade. Do monte de toras amontoadas, Daniel usa sobretudo as de vinhático, madeira nobre considerada uma maná pelos artesãos e escultores. Nos intervalos da chuva no sábado e domingo, ele instalou sua oficina ambulante – uma sacola com formão, machadinha, trena e marreta de borracha – em frente ao número 2.101, bem perto do Feira dos Produtores.
Da obra para a avenida O corte das árvores começou em 13 de outubro e, dois dias depois, avisado por um colega, Daniel estava na área. “Trabalhava como carpinteiro numa obra no Bairro Belvedere, pedi demissão e me mandei para cá.” Segundo ele, como a construção civil anda em alta, com empregos sobrando, ele se sentiu à vontade para deixar tudo e aproveitar a raríssima oportunidade de ter centenas de árvores à sua disposição.
O escultor revela que chegava a ganhar até R$ 2,7 mil na obra, mas ganhará mais com as esculturas. Ele leva cerca de cinco horas para fazer uma águia grande, por exemplo, que vende por R$ 350. Daniel calcula que fez 40 esculturas na Cristiano Machado, em meio ao caos de buzinas e fumaça. Quando não vende ali, guarda as peças num local perto ou leva para sua casa, no Bairro São Cristóvão.