Sinal verde para os blocos do Carnaval da capital. Em reunião com a direção da Belotur/Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), representantes de 26 grupos que nos últimos quatro anos se divertem nos bairros entrarem em um acordo com a empresa, garantindo, assim, alvará para sair às ruas antes e durante o reinado de Momo. Segundo o presidente da Belotur, Fernando Rios, a autorização terá o “carimbo” da Polícia Militar (PM), BHTrans, Corpo de Bombeiros e demais instituições envolvidas no processo de liberação dos blocos. “Vamos tratar os bloquinhos como manifestações culturais. O encontro e a receptividade foram muitos bons nesse primeiro contato”, disse Rios.
Na pauta da reunião estava a instalação de banheiros químicos em locais estratégicos, necessidade de intervenções no trânsito durante o cortejo e segurança dos foliões. Tendo a Belotur como “interlocutora” nesse processo, os representantes dos blocos encaminharão à empresas um cadastro com informações sobre data de saída, local de concentração e trajeto, público estimado e outras informações que vão auxiliar no procedimento. Com os dados, a Belotur irá comunicar às administrações regionais, PM, Corpo de Bombeiros, Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), BHTrans e demais órgãos que tomem as medidas necessárias para garantir a estrutura e segurança dos blocos.
“Os pequenos blocos não deverão ser tratados como eventos, mas como manifestações culturais espontâneas e populares que contribuem para alegrar o carnaval de BH. A partir de uma reunião com o prefeito Márcio Lacerda, secretários das regionais e comando do policiamento da capital, decidimos facilitar o processo de licença para a realização da folia, sem a necessidade de cumprimento as exigências necessárias aos eventos de maior porte”, disse Rios.
Polêmica
O clima começou a esquentar entre a PBH e os organizadores dos blocos quando a Regional Leste, em cuja jurisdição desfila boa parte dos blocos carnavalescos da capital, declarou que em 2011 o Ministério Público recebeu muitas queixas de moradores sobre barulho e confusão. Para este Carnaval, portanto, orientou os foliões que solicitassem licença na PBH a fim de evitar aborrecimentos.
Uma das organizadores do bloco Tetê, a Santa, Milene Migliano, do Bairro Santa Tereza, lembrou que o objetivo é “fazer a ocupação da cidade com respeito e consciência”. Ela elogiou a postura da Belotur e defendeu a desburocratização. Para mostrar que o objetivo é simplesmente brincar, o Tetê, a Santa, com cerca de 300 foliões, não divulgará nem data, horário e o local de seu desfile.
Representante do bloco Mamá na Vaca, do Bairro Santo Antônio, na Regional Centro-Sul, o músico Augusto Borges destacou o caráter amistoso da reunião. “Ela permitiu avanços e o nosso objetivo é brincar à moda antiga, todo mundo fantasiado, sem atrapalhar ninguém”, afirmou. (GW)