O número de crimes violentos registrados em Minas Gerais aumentou 10,8% em 2011 em relação a 2010. No ano passado, a taxa por grupo de 100 mil habitantes, que leva em conta o crescimento populacional, foi de 277,78, contra 250,52 em 2010. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Os crimes considerados violentos são homicídios, tentativas de homicídio, estupros, roubos e roubos a mão armada.
Os dados foram levantados pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), órgão colegiado da Seds, com base nas ocorrências registradas no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), no banco de dados da Polícia Militar e na Delegacia de Crimes Contra a Vida. Em números absolutos, as ocorrências aumentaram de 50.625 para 56.593, segundo a Defesa Social. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, área que concentra o maior número de ocorrências, foram 32.680 crimes violentos ocorridos no ano passado.
Ainda de acordo com o levantamento, em Minas Gerais, foram registrados 3.754 homicídios em 2011, contra 3.201 no ano anterior. Na Região Metropolitana da capital, houve aumento de 19% no número de assassinatos em 2011 em relação a 2010. Em BH, o crescimento foi de 22,10% entre 2010 e 2011, sendo 30,65 casos por 100 mil habitantes. Dos 853 municípios mineiros, 392 cidades (quase 46%) não tiveram nenhum registro de homicídio no ano passado. Outras 173 cidades mineiras não tiveram qualquer registro de crimes violentos em 2011.
Apesar do aumento nos índices de homicídios e outros crimes violentos, a Seds afirma que a quantidade de ocorrências é menor do que em 2004, quando começou a ser implantado o modelo de integração das polícias. Na comparação com aquele ano, a taxa de crimes violentos caiu 48,8% no estado.
Tráfico aumentou a violência
A Seds atribui a elevação das taxas de criminalidade violenta em Minas Gerais em 2011 ao aumento da violência armada associada ao tráfico de drogas, como brigas de gangues, disputa de quadrilhas pelo controle de territórios e pontos de drogas e da cobrança de dívidas de usuários. Conforme o órgão, a avaliação é das equipes de inteligência das polícias Civil e Militar, de órgãos de monitoramento da criminalidade e do Colegiado de Integração de Defesa Social do Estado.
De acordo com especialistas que integram essas instituições, as formas de violência armada associada ao tráfico de drogas foram intensificadas nos últimos anos. Em municípios de grande porte, a atuação do tráfico se tornou um fenômeno mais complexo, enquanto nos municípios de médio porte, houve uma expansão da violência associada ao tráfico, como o homicídio.
Conforme o órgão, para tentar conter o avanço da criminalidade, o governo de Minas elaborou um Plano Operacional de Enfrentamento do Uso, Produção e Tráfico de Drogas Ilícitas, para ampliar as ações que o estado já vinha desenvolvendo no combate a esse tipo de crime. Entre as ações que serão desenvolvidas estão a repressão à distribuição o tráfico interestadual, nacional e internacional de drogas, enfrentamento às dinâmicas de violência e criminalidade relacionadas ao tráfico local, além da prevenção e tratamento dos usuários.