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Estado de Minas

Celulares são o principal alvo de ladrões, que levam 55 aparelhos por dia em BH


postado em 08/03/2012 06:00 / atualizado em 08/03/2012 06:39

"Quando fui registrar a ocorrência, já havia uma viatura na porta do estabelecimento com outras quatro pessoas prestando queixa de furto de celular", Flávia Cruzeiro de Souza, de 26 anos, assessora jurídica que teve celular furtado numa boate (foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)
Um olho na rua e outro no celular. O telefone usado por milhares de pessoas em Belo Horizonte está cada vez mais na mira dos ladrões. Ele lidera o ranking dos objetos mais roubados ou furtados na cidade. Foram 16.616 celulares em 2010, contra 20.301 no ano passado, uma média diária que passou de 45 aparelhos levados por criminosos para 55, um crescimento de 18%. O GPS é incluído nas estatísticas com o celular como aparelho de comunicação, mas o número de equipamentos furtados ou roubados é irrisório. A lista de objetos levados com ou sem ameaça pelos criminosos é extensa. Em 2011, foram 93.401 objetos, número 36% maior do que os 68.742 furtados ou roubados em 2010, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social. Na avaliação da polícia e de especialistas, há descuido das pessoas, mas principalmente uma oportunidade para o bandido levar produtos mais fáceis de roubar e com maior valor para comercialização. E como já dizia a canção, que "dinheiro na mão é vendaval", cuidado! Depois dos celulares e GPS, as cédulas estão em segundo lugar no ranking. Objetos pessoais, como bolsas, mochilas ou carteiras aparecem na terceira posição. Para o comandante do Policiamento da Capital, coronel Rogério Andrade, as ocorrências de roubo podem ter relação direta com o aumento de 10,8% da criminalidade violenta em Minas registrado na comparação feita com 2010. Entretanto, o crescimento separado de furtos nos boletins de ocorrência, segundo ele, requer estudo mais detalhado. O coronel alerta, no entanto, para o crescimento da oferta desses objetos no mercado e cita a "teoria das oportunidades" para explicar o aumento nas ocorrências, o que compreende três vertentes: ambiente, comportamento da vítima e vigilância. "No caso dos celulares, por exemplo, pode-se perceber notadamente que o número de aparelhos em circulação no mercado aumentou, o que amplia também a chance de serem subtraídos. Ao mesmo tempo, as pessoas falam ao celular em qualquer lugar, deixam no banco do carro, na mesa do restaurante. Além disso, quase todas as pessoas têm um aparelho e o policiamento não consegue estar em todos os lugares", diz. Ainda sobre os celulares, Andrade diz que o objeto passou a liderar a lista dos furtos e roubos quando ganhou caráter mais popular. "Quando eram mais caros, geralmente eram roubados, ou seja, levados mediante violência ou ameaça. Hoje, passaram a ser também muito mais furtados tendo em vista a grande oferta, o alto valor agregado, a fácil receptação e o descuido das pessoas", afirma. No caso da assessora jurídica Flávia Cruzeiro de Souza, de 26 anos, que teve o celular furtado num badalado bar na região das Seis Pistas, em Nova Lima, foi o valor do aparelho que chamou atenção dos ladrões. Vendido por cerca de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil, o smartphone foi levado da bolsa da advogada enquanto ela circulava pelo estabelecimento. "Senti algo diferente na bolsa e, quando fui ver, ela estava aberta e com o dinheiro no chão. Procurei pelo aparelho e ele não estava. Chamei a segurança do bar, mas nada adiantou. Quando fui registrar a ocorrência, já havia uma viatura na porta do estabelecimento com outras quatro pessoas prestando queixa de furto de celular", contou. Revoltada com a ocorrência, já que só pagou oito das 12 prestações de R$ 200 do aparelho, Flávia entrará com ação na Justiça contra o estabelecimento. "Eles me ofereceram entrada grátis e voucher para consumo. Não aceitei, porque quero uma responsabilização pelo dano que ocorreu dentro das instalações deles", disse. Para o especialista em segurança pública e professor da PUC Minas Robson Sávio, os hábitos de consumo, que determina que as pessoas devem ter o modelo mais moderno de celular, faz com que o aparelho seja mais visado. As estatísticas da Seds podem ser maiores do que as registradas. Segundo ele, nem todas as pessoas procuram a polícia para registrar ocorrência.


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