Centenas de pessoas, que desde as 13h começaram a se concentrar na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, iniciaram no fim da tarde deste sábado a Marcha da Maconha. Eles deixaram o local às 16h20 e saíram em caminhada em direção à Praça da Liberdade. O objetivo da mobilização é incentivar o debate aberto em torno dos benefícios e malefícios do consumo da maconha e vantagens e desvantagens de uma possível sua legalização e regulamentação.
Dezenas de policiais militares acompanharam o evento, que transcorre sem qualquer tipo de tumulto ou confronto. Faixas e cartazes exibidos pelos participantes do movimento deixavam claro o objetivo de se abrir o diálogo sobre o uso da erva, sem buscar incentivar o seu consumo, o que configuraria crime de apologia ao uso de drogas.
Dados da ONU demonstram que 80% dos usuários de drogas optam pela maconha. “Qualquer negócio não suporta uma perda desse tamanho. Seria um duro golpe no tráfico, se a maconha fosse legalizada”, afirma Nilo Victor do Carmo, comerciante de 31 anos, um dos coordenadores da Marcha em BH.
A estudante Laura Bubantz Fantecelle, de 19, diz ter se informado bastante sobre o tema antes de se decidir pelo apoio à legalização. “Percebi existir mais prós do que contras. Como a queda no tráfico, controle do uso, produto de melhor qualidade aos usuários, receita com impostos e tributos para os cofres públicos, o uso medicinal, entre outras”, esclarece.
Para um dos coordenadores do evento, Nilo Vitor, a proibição é mais nociva do que o uso. “A maconha tem mais de 25 mil utilidades. O uso recreativo é apenas uma delas. A proibição, por conta desse uso recreativo, prejudica todas as outras formas de uso, inclusive a medicinal”, pondera.