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Estado de Minas

A pouco mais de uma hora do Centro de BH, povoados rurais privilegiam a tranquilidade

Povoados atraem cada vez mais gente que procura deixar para trás o estresse.


postado em 10/06/2012 07:25 / atualizado em 10/06/2012 10:01

O povoado de Suzana, em Brumadinho, preserva o bucolismo de outras épocas e é refúgio para quem deseja deixar o tumulto da cidade grande(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
O povoado de Suzana, em Brumadinho, preserva o bucolismo de outras épocas e é refúgio para quem deseja deixar o tumulto da cidade grande (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Longe das carretas que matam, da poluição, dos gargalos sem solução e da verticalização que afasta o homem da terra, em paz, brota a vida no campo. Na contramão do progresso e das tecnologias de última geração, do mundo de concreto armado, há caipiras na lida e no sossego da roça a uma hora do caos da metrópole de nome belo no espaço que a vista abrange. Durante quatro dias, foram percorridos 530 quilômetros no entorno da Região Metropolitana de Belo Horizonte, de prosa com a boa gente que amanhece com os galos e dorme com a criação. Por trilhas de terra vermelha, o Estado de Minas encontrou povoados de entardecer de modo diferente, onde, como escreveu o itabirano Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), “a sombra vem nos cascos, no mugido da vaca separada da cria”.

Na zona rural de Sabará, Brumadinho, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Florestal e Santa Luzia, ainda se honra o fio do bigode, brinca-se de roda e cumprimenta-se o vizinho. As compras são pagas no dinheiro e o crédito é o da caderneta. Em diversos trechos não há sinal de operadora telefônica. Nada de iPhones, redes sociais ou amigos virtuais. Steve Jobs? Mark Zuckerberg? Quase ninguém sabe quem são. As crianças, criadas soltas, batem bola descalças e pedalam nas ruas e nos campinhos de terra. Na roça, interior do interior, “craque” conhecido é o jogador habilidoso. O outro, o crack – grande mal que consome –, é notícia ruim vinda das antenas. Dos 12 lugarejos visitados, em apenas um, em Lagoa Santa, o EM encontrou ocorrência com a droga. “Aqui é um lugar muito sossegado. Todo o mal daqui, roubo e droga, veio da cidade”, afirma um conhecido do usuário em tratamento.

Francisco Alves reconstruiu a vida em Florestal depois de ser assaltado várias vezes na Região Centro-Sul de Belo Horizonte(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Francisco Alves reconstruiu a vida em Florestal depois de ser assaltado várias vezes na Região Centro-Sul de Belo Horizonte (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)


Tempo para a família

Foi Gameleira, distrito de Florestal, a pouco mais de 70 quilômetros de Belo Horizonte, com cerca de 260 habitantes, que Francisco Alves, de 56 anos, escolheu para reconstruir vida de paz. Depois de “pelejar” com pizzaria na capital e ser vítima de seis assaltos, o comerciante optou pela tranquilidade do povoado onde nasceu. Hoje, o pai do Lucas, de 18, da Luana, de 16, e do Luiz Felipe, de 13, tem pousadinha no belo quintal de sua propriedade, com lago de tambaquis, tambacus, tilápias, traíras e pacus. “Aqui, você não ganha dinheiro, mas vive muito bem”, avalia, seguro de que fez a escolha certa pelo bem dos filhos. Morando no quarteirão deserto da Pousada Gameleiras desde abril, Romilda Maria Marques Andrade, de 40, mãe das pequenas Ariane e Ana Catarina, também está de volta à terra natal em busca de qualidade de vida. “Em BH, tudo é muito caro e com muito tumulto. Estamos bem melhor agora”, sorri.

Diferentemente da irmã Romilda, Romélia de Fátima Marques, de 31, nunca quis deixar Gameleira. Casada, mãe de casal, a cantineira acredita que “modernidade demais atrapalha a educação”. De mãos dadas com a família e na companhia do cão Fred, Romélia diz não gostar do que vê na “moda”. “As músicas, os piercings… essas músicas de hoje são um retrato de mau gosto dos novos tempos”, critica. Para a florestalense, os pais estão perdendo o controle da educação dos filhos. “Fico assustada com as notícias dos grandes centros… violência, drogas e intolerância. Na cidade grande, a impressão que eu tenho é a de que os pais, cada vez mais ocupados, não têm mais tempo para os filhos”, diz. Cheia de mimos com Melissa, de 8, e Henrique, de 13, na Praça Jesuíno Moreira, Romélia enaltece o campo: “Roça significa sossego; as galinhas no quintal; deitar e acordar cedo. São os valores da boa educação e da vida em comunidade”.

A lavradora Elza Naves, moradora de Cachoeira de Almas, diz não querer saber da capital nem pela televisão(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
A lavradora Elza Naves, moradora de Cachoeira de Almas, diz não querer saber da capital nem pela televisão (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)


Urgências do mundo de lá


A estradinha de terra é traço de cinco quilômetros entre o verde vivo de Florestal. A 15 minutos de Gameleiras, em Cachoeira de Almas, a bela Ana Paula da Silva, de 18, pensa em casamento, em 2015. O futuro para a mocinha inteligente, politizada, que pensa em “ser” mais que “obter”. Para o dinheiro, ela, babá, diz não dar muita confiança. “Cuido da minha sobrinha e minha irmã me dá uns trocados. Aqui, ninguém ganha muito, mas, como não temos com o que gastar, a gente consegue juntar… o mais importante é que a gente tem mais tempo para ficar junto e fortalecer as relações em família e com a comunidade”, ressalta. Ana Paula fala das metrópoles que ela vê na TV e afirma não querer para a sua vida as urgências “do mundo de lá”. “Os engarrafamentos, os acidentes, os crimes… quero distância de tudo isso”, comenta, ao lado de Nataly Aparecida, de 6, que se diverte com os carinhos da tia. Diva das Graças, de 49, participa da conversa. “Também não gosto da cidade grande. É barulho demais. E prefiro gente do que tecnologia”, pontua.

Na praça do lugarejo, as placas comemorativas indicam as datas de inauguração dos serviços de água (1990), telefone (1990) e calçamento (2000). Sob o sol das 15h, nos bancos, meia dúzia de homens, mulheres e crianças conversam amenidades. Outros, em alpendres e janelas, observam o movimento na rua. Ao lado da igrejinha, aula de costura. A lavradora Elza Naves, de 49, trabalha no campo desde os 13 anos. Diz-se feliz com a rotina dos dias, que, ali, para a maioria dos 400 moradores, começa às 4h. Os filhos, de 24 e 20 anos, “nunca jogaram videogame”. Em casa, 35 galinhas gordas representam fartura. Ela conta que ônibus no povoado só uma vez por semana. E para Pará de Minas. “Para Florestal, tem o escolar duas vezes por dia, que a gente também pode usar”, comenta, enquanto compra remédio para a vizinha com dor de cabeça. Priscila Cristina, de 20, funcionária da “vendinha”, única mercearia do lugar, escreve na caderneta miúda o preço do comprimido. Conhece BH, Priscila? “Só pela TV. Acho bonita. Mas é muito violenta, né!?”

Hábitos simples são a receita de longevidade de dona Aramita, que, aos 96 anos, exibe uma lucidez invejável(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Hábitos simples são a receita de longevidade de dona Aramita, que, aos 96 anos, exibe uma lucidez invejável (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)


A confiança do povo


“Ave, Maria! Troco Lapinha por nada não, sô!”, afirma Eduardo Roberto de Paula, de 47, o “Sambuca”, a caminho da mercearia do Careca. Chegado numa bicicleta, o jardineiro já cumpriu as obrigações do dia e, antes das 10h, já está liberado para prosear com os amigos em ponto de encontro do povoado de Lapinha, em Lagoa Santa. Torcedor da Argentina, de Messi, e do Bela Vista, time da região, Sambuca fala que cidade grande não é para ele. “Tranquilidade é bem melhor que cultura e dinheiro”, considera. Ao fundo, a galinha choca corta o silêncio da estradinha. Na mercearia, Geraldo Lacerda Neto, de 33, recebe a clientela. Nascido em Santa Maria do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, Neto está em Lagoa Santa desde 1996. “O melhor aqui é a amizade e a confiança do povo. Aqui, só no dinheiro e na caderneta pra gente não ter que depender de banco pra nada. As escolas públicas são boas e atendem bem”, considera. De prosa no estabelecimento, Cheiroso, Bené, Bibil, Leandrinho e Sambuca. Sorridente, Neto completa: “Aqui, todo mundo é amigo e tem apelido. Na Lapinha, vive-se bem e vive-se muito”, refere-se às vizinhas longevas Salute, de 101, e Aramita, de 96.

Um tucano garboso voa baixo, pousa e faz graça na mangueira. O garoto descalço, ao perceber a admiração do visitante, solta a voz: “Aqui tem um monte”. Dona Salute, acamada, não pôde conversar com o EM. Já dona Aramita Roberta de Paula, nascida e criada na Lapinha, de lucidez admirável, relembrou alegrias e tristezas de quase um século. Lamentou com olhinhos de fazer doer o coração a morte do filho Nilton, aos 74, em 2009. Foi longe para reviver a filhinha Nilza, morta aos 10 meses há quase 80 anos. Deixou a tristeza para oferecer café e a mexerica colhida na hora. Sem perder o humor, revela o segredo da longevidade: “Está no trabalho na roça, desde quando o sol se levanta, sem reclamar”. De hábitos simples, Aramita gosta de “angu e franguinho com quiabo”. A máquina Singer na sala, hoje objeto de decoração, é lembrança dos tempos de costuras na Lapinha. A aposentada morou em Belo Horizonte por sete anos e não sente saudade da capital. “Não gosto de ver nem na televisão. Não tem graça não”, brinca.


Luci deixou de lado o magistério para trabalhar com turismo no povoado da Lapinha e se envolver em projetos sociais da comunidade(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Luci deixou de lado o magistério para trabalhar com turismo no povoado da Lapinha e se envolver em projetos sociais da comunidade (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)

O ar puro da Lapinha


Nas ruas vazias da Lapinha, um morador cadeirante toca as rodas com os braços. Moisés de Oliveira Gonçalves, de 27 anos, há 10 meses vive na paz do lugarejo. Divide teto com a namorada na casa da sogra, junto da bebê Thaís, de dois meses. Cigarrinho de palha na mão, de cabelo trançado, piercings e alargadores na orelha, Moisés sonha voltar a andar. “Desde criança tenho os ossos fracos, mas sei que, aos poucos, com cuidado, posso ficar de pé novamente”, acredita. Todos os dias, pelas manhãs, o pensionista corta a Rua Ornélio Rodrigues para espairecer e praticar exercícios na pracinha. Mais embaixo, trio bom de bola brinca na rua. Marcone, de 18, Jefferson, de 14, e Kelwin, de 12, são fãs do bom futebol. Jefferson e Kelwin são integrantes de projeto social do Espaço Cultural Casa de Nadir, que oferece aulas de futebol e violão e foi criado pela professora Luci Rosa da Silva e pelo multiartista Maurício Tizumba.

Há 23 anos, Luci decidiu deixar Belo Horizonte e fazer o caminho da roça. Escolheu ponto a dois quilômetros da Gruta da Lapinha para fundar o Cantinho da Luci, com “cama e café” para visitantes, amantes da natureza. Ali, por R$ 30 é possível dormir ao som dos grilos. Ao lado do vizinho e parceiro Tizumba, a professora de geografia abraçou causa social na região. Sem fazer alarde, o duo aposta na Casa de Nadir, mantida com recursos próprios, para auxiliar jovens e adultos. O espaço prevê cômodo com computadores para proposta de inclusão digital. No dia em que o EM esteve no imóvel, em terreno com pés de goiaba, banana, jabuticaba, figo, amora, acerola, coco e manga, técnico cuidava de equipamento para a captação de sinal para internet. “Agora, só faltam os computadores”, comemora Tizumba. Para o ator e cantor, o envolvimento com a comunidade é uma maneira de retribuir o ar puro encontrado na Lapinha.


Antônio Vicente não abre mão de ordenhar o gado toda manhã e se orgulha do contato com a criação(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Antônio Vicente não abre mão de ordenhar o gado toda manhã e se orgulha do contato com a criação (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)

 

A calmaria ao pé da serra


Pela estradinha, nas costas do Condomínio Retiro do Chalé, ao pé da Serra da Moeda, em Brumadinho, pôde-se ver o homem magro e alto, de chapéu, ganhar o curral. No pasto verdejante, os cachorros Tioanibal e João, serelepes, se divertem junto à ossada de novilha. Antônio Vicente Morais, de 76, caminha até a porteira e, generoso, faz festa para os forasteiros de carro timbrado. “Dia! É sempre um prazer receber os amigos, sô!” A falta de estudo não parece ter atrapalhado a educação de seu Antônio, que trata com amizade até quem nunca viu na vida. Analfabeto, conversado, o sertanejo é só gentileza. “Meu pai era de uma família muito pobre. Tenho nove irmãos. Quando pude ir pra escola já tinha 17 anos. Aí, deixei de lado”, diz, com os passos firmes em direção ao curral. “Aquela é a vaca Chatinha. Quando está de bezerro, chega a dar 10 litros de leite por dia”, conta. Fala da família como seu maior patrimônio e orgulha-se dos filhos, estudados, vizinhos.

Depois da boa prosa com seu Antônio, hora de voltar ao caminho da roça. Quilômetro e meio dali, em Suzana, no distrito de Piedade do Paraopeba, com cerca de 250 famílias, Helena Maria Leite, de 53, toma conta de posto dos Correios, mantido pela Prefeitura de Brumadinho. A funcionária pública, de bem com a vida, elogia a comunidade. Como quem quer apresentar o que há de melhor na terra em que vive, aponta para a Serra da Moeda: “Está vendo aquela água que nasce ali? É ela que abastece o povoado”. Andante, montado no cavalo Ícaro, surge o vaqueiro Adenilton da Silva, de 42. “Aqui é bom demais. Vocês têm que conhecer Chácara, logo ali em cima. É maravilhoso”, indica. Na calçada, em frente à Igreja de Santo Antônio da Suzana, fundada em 1910, Getúlio Rodrigues, de 50, chama a atenção para a festa do milho, anual, em abril. “Um sucesso. Mas melhor aqui é a qualidade de vida”.


Cena comum em Pompéu, povoado de Sabará: lavar roupa com água da nascente da Pedra Rachada e pendurar para secar na cerca de arame(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Cena comum em Pompéu, povoado de Sabará: lavar roupa com água da nascente da Pedra Rachada e pendurar para secar na cerca de arame (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)

 

De volta para o futuro


Em Pompéu, em Sabará, Walerson França Gomes, de 21, vendeu a égua Pandora por R$ 1,5 mil e comprou uma moto. Funcionário de alambique, o moço diz sentir falta do animal e revela o sonho de ser veterinário. Como alguns conterrâneos, pensa em deixar a roça para estudar e voltar para trabalhar no povoado. Caminho percorrido por Ricardo da Fonseca, de 35, estudado, de volta à terra natal pelo futuro da família. “Meu tempo mais feliz é agora. A gente precisa dar valor às coisas simples da vida. A ganância do ser humano não tem limite. Aqui, as pessoas se conhecem, se ajudam. Na cidade grande você pode passar uma vida inteira sem conhecer ninguém”, considera. Na calmaria da rua, o filho Lucas, de 11, anda de bicicleta. Joel, de 59, irmão de Ricardo, opina: “Quem cresceu num lugar assim não consegue se adaptar à cidade”.

No casarão de mais de 200 anos, o almoço caseiro, servido a tempo e a hora por dona Maria Torres, de 82. “Já fiz de tudo na minha vida. Costurei, bordei… Para viver bem o segredo é ter tranquilidade”, ensina, no imóvel de seis cômodos, feito de pau a pique e bambu. O franguinho caprichado rouba a cena e vira assunto em roda do bairro famoso por festival de ora-pro-nóbis, que, desde 1997, movimenta Pompéu. Pela vizinhança o silêncio que descansa. Moacir Tomé, de 60, aposentado, já tem nas mãos o pão para o café da tarde. E essa alegria, Moacir? “Sossego, né!? Temos um verde que não troco por nada deste mundo.” A Igreja Santo Antônio do Pompéu é destaque na paisagem da Pedra Rachada. Nela, o cemitério da comunidade, onde os casais são sepultados juntos, sob as cruzes que se abraçam.


José de Melo:
José de Melo: "O progresso traz grandes males para o espírito" (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)

 

O encantador de mulas


Desde criança, Lourival Filho, de 39, baiano de Ilhéus, é cheio de histórias com os cavalos. Em Quinta do Sumidouro, lugarejo de paz em Pedro Leopoldo, todo mundo já conhece o Centro de Treinamento do Baiano. Nas baias, 12 mulas de oito criadores de Minas, do Rio de Janeiro e do Pará. Lourival treina Paola, hexacampeã nacional, à venda por R$ 300 mil. Ladeado pelos cães Morena, Criola, Bicicleta e Fubá, o encantador se diz homem da roça: “Já estive em muita cidade grande. Não me acostumo. Gosto é do campo”. Em evidência, o respeito pela terra vermelha e pelo verde do pasto. O coração ele revela estar em festa com a noiva mineira, Vilma, de 38, com quem se casa em 2013. “É só terminar a casinha ali, do outro lado da cerca”, aponta.

Nos limites de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, com 1,3 mil hectares, está o Parque Ecológico do Vale do Sumidouro. Na região, é possível encontrar pinturas rupestres com 4 mil anos de idade. Foi na beira da lagoa, tratando de sete vacas e 30 galinhas, que o EM encontrou José de Melo, de 62. O lavrador, solteiro, mora com duas irmãs, Clélia e Clotilde. De olhar profundo e ar ressabiado, o mineiro está convencido de que o progresso traz “grandes males para o espírito”. Para ele, pode-se até viver mais “em anos”, mas, em qualidade de vida, “vive-se cada vez menos”. Não gosta de televisão e, menos ainda, quer saber de internet. “A gente só tem notícia de coisa ruim.” Entre buganvílias vermelhas e cor-de-rosa, ao som da passarada e de dois galos roufenhos, seu Zé agradece a visita e volta a cuidar da criação.


Mês dos santos


Em Pinhões, limite das fazendas Macaúbas e Bicas, em Santa Luzia, Jailson Diniz Lima, de 55, prepara o 20º Forró na Brasa, dia 23. Maior atração do lugarejo neste mês, tempo de festejar os santos Antônio, João, Pedro e Paulo. Pela rua do povoado, o gado anda solto a caminho de casa, próximo à Praça Antônio Teotônio Diniz. O dinheiro arrecadado com as barraquinhas vai para o Lar dos Velhinhos. “Os vizinhos se ajudam como se fossem todos uma única família”, orgulha-se Jailson. Helio Pereira da Conceição, de 78, pai de três moças e três rapazes, com netos e bisnetos, é outro, feliz da vida, cheio de paz e saúde, com a família na roça. Em terreno amplo, aberto e florido, o aposentado exibe os estandartes em homenagem aos santos de junho.


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