A morte de 11 bebês no Hospital São José, desde 2010, está sendo investigada pela Polícia Civil de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas. A suspeita é de erro médico na hora do parto. Os casos foram divididos em cinco inquéritos e, em todos eles, é citado o nome da ginecologista e obstetra Maria Aparecida Silva e Souza, que atende na unidade há 22 anos e é investigada como responsável pelo procedimento ou como integrante da equipe médica. Mais um inquérito deve ser aberto na próxima semana.
A última morte de recém-nascido no hospital ocorreu em 17 de julho. Segundo a mãe da criança, houve negligência no atendimento. Ainda chocada com a morte do filho, Luciana Aparecida da Silva, de 31 anos, diz que teve uma gravidez tranquila e ainda não sabe porque o bebê não sobreviveu. “Nunca senti tanta dor na hora do parto. Estou esperando a necropsia para saber exatamente o que aconteceu”, conta.
Segundo a mãe, o bebê morreu horas depois do parto. “Eles usavam aparelho manual de oxigênio. Ainda falaram que não poderiam ligar meu filho no aparelho automático porque o equipamento estava estragado”, diz. A direção da unidade nega a versão. Eles afirmam que o bebê tinha problemas cardíacos e, mesmo se tivesse sido transferido para uma CTI Infantil, dificilmente teria sobrevivido.
O delegado Rodrigo Noronha informa que Luciana não é a única mãe que acusa o hospital de erro médico. “Esse caso será investigado, assim como outros que já estão com inquéritos em andamento. Estamos apurando a possibilidade de erro médico e aguardando o resultado de laudos feitos no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte e no IML de Bom Despacho”, explica o policial.
Antes da morte do filho de Luciana, em maio, uma mulher de 22 anos também perdeu o bebê. A suspeita é que a demora no atendimento e a falta de estrutura tenham sido os motivos do óbito. Na época, o bloco cirúrgico e a maternidade foram interditados durante duas semanas e não havia sequer estoque de sangue porque a geladeira onde o material ficava armazenado estava estragada.
Sequelas do parto
Uma das mortes investigadas é a do filho de Cristiane Aparecida da Silva, de 21, ocorrido em 2010. Além de perder o bebê no sexto mês de gestação, ela ficou com sequelas do parto: perdeu 85% da audição no ouvido direito e 75% no esquerdo. “A médica deixou pedaços de placenta, e o remédio contra infecção que tomei afetou meus rins e minha audição. Não posso mais comer nada salgado e nunca mais vou escutar como antes. Aliás, fiquei praticamente surda”, conta.
Segundo a mulher, a equipe médica não conseguiu retirar o feto e teve que fazer uma cesariana de emergência. “Como ficaram pedaços de placenta na minha barriga, muitos médicos disseram que eu não poderia mais engravidar”, lembra. Foram necessários dois anos de tratamento para que Cristiane pudesse realizar o sonho de ser mãe. Há 11 dias nasceu Sofia. Com a filha ao colo, ela comemora e espera que outras mães não enfrentem a perda de um filho por erro médico.
A médica Maria Aparecida Silva e Souza já foi punida pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG). Em 9 de fevereiro de 2011, a profissional, acusada de imperícia, imprudência e negligência, recebeu a pena disciplinar de censura pública. O Estado de Minas tentou entrar em contato com a obstetra, mas foi informado que ela viajou para resolver problemas particulares. A médica também não retornou nenhuma das ligações feitas para o consultório e para o celular.
O Hospital São José, que é administrado por uma fundação, informou que não fará declarações sobre as denúncias ou sobre a investigação da Polícia Civil. A unidade realiza cerca de 100 partos por mês, segundo sua assessoria de imprensa.
A última morte de recém-nascido no hospital ocorreu em 17 de julho. Segundo a mãe da criança, houve negligência no atendimento. Ainda chocada com a morte do filho, Luciana Aparecida da Silva, de 31 anos, diz que teve uma gravidez tranquila e ainda não sabe porque o bebê não sobreviveu. “Nunca senti tanta dor na hora do parto. Estou esperando a necropsia para saber exatamente o que aconteceu”, conta.
Segundo a mãe, o bebê morreu horas depois do parto. “Eles usavam aparelho manual de oxigênio. Ainda falaram que não poderiam ligar meu filho no aparelho automático porque o equipamento estava estragado”, diz. A direção da unidade nega a versão. Eles afirmam que o bebê tinha problemas cardíacos e, mesmo se tivesse sido transferido para uma CTI Infantil, dificilmente teria sobrevivido.
O delegado Rodrigo Noronha informa que Luciana não é a única mãe que acusa o hospital de erro médico. “Esse caso será investigado, assim como outros que já estão com inquéritos em andamento. Estamos apurando a possibilidade de erro médico e aguardando o resultado de laudos feitos no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte e no IML de Bom Despacho”, explica o policial.
Antes da morte do filho de Luciana, em maio, uma mulher de 22 anos também perdeu o bebê. A suspeita é que a demora no atendimento e a falta de estrutura tenham sido os motivos do óbito. Na época, o bloco cirúrgico e a maternidade foram interditados durante duas semanas e não havia sequer estoque de sangue porque a geladeira onde o material ficava armazenado estava estragada.
Sequelas do parto
Uma das mortes investigadas é a do filho de Cristiane Aparecida da Silva, de 21, ocorrido em 2010. Além de perder o bebê no sexto mês de gestação, ela ficou com sequelas do parto: perdeu 85% da audição no ouvido direito e 75% no esquerdo. “A médica deixou pedaços de placenta, e o remédio contra infecção que tomei afetou meus rins e minha audição. Não posso mais comer nada salgado e nunca mais vou escutar como antes. Aliás, fiquei praticamente surda”, conta.
Segundo a mulher, a equipe médica não conseguiu retirar o feto e teve que fazer uma cesariana de emergência. “Como ficaram pedaços de placenta na minha barriga, muitos médicos disseram que eu não poderia mais engravidar”, lembra. Foram necessários dois anos de tratamento para que Cristiane pudesse realizar o sonho de ser mãe. Há 11 dias nasceu Sofia. Com a filha ao colo, ela comemora e espera que outras mães não enfrentem a perda de um filho por erro médico.
A médica Maria Aparecida Silva e Souza já foi punida pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG). Em 9 de fevereiro de 2011, a profissional, acusada de imperícia, imprudência e negligência, recebeu a pena disciplinar de censura pública. O Estado de Minas tentou entrar em contato com a obstetra, mas foi informado que ela viajou para resolver problemas particulares. A médica também não retornou nenhuma das ligações feitas para o consultório e para o celular.
O Hospital São José, que é administrado por uma fundação, informou que não fará declarações sobre as denúncias ou sobre a investigação da Polícia Civil. A unidade realiza cerca de 100 partos por mês, segundo sua assessoria de imprensa.