Diante dos últimos acontecimentos de violência no câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o reitor Clélio Campolina anunciou nessa segunda-feira a compra de 200 câmeras de monitoramento e outras 18 com capacidade de vigilância, em 360°. A medida faz parte do plano diretor de segurança universitária, que vem sendo implantado há três anos e que já custou aos cofres da UFMG cerca de R$ 4 milhões em equipamentos e R$ 15 milhões com a contratação de vigilantes, porteiros e seguranças. Segundo o reitor, a insegurança no câmpus é reflexo da sociedade, mas o objetivo é zerar índices de violência. As novas câmeras, de acordo com Campolina, devem ser instaladas até o fim do ano.
“Essa insegurança que sentimos na cidade como um todo é fruto de uma sociedade muito violenta. A universidade está inserida nessa sociedade com todas as manifestações de violência, mas estamos correndo atrás”, afirmou ele, admitindo preocupação com o tema. Só o valor gasto com funcionários terceirizados representa 15% do orçamento anual de custeio da universidade. “Eu recebi este ano do governo federal R$ 103 milhões para custeio da instituição e gasto R$ 15 milhões com 899 servidores contratados por licitação para segurança. As novas câmeras vão custar mais R$ 1,8 milhão.”
Dentro do plano, foram instaladas 503 câmeras e 350 alarmes, além de uma central de monitoramento, dia e noite, que funciona inclusive nos dias em que a universidade não funciona, como domingos e feriados. Outra medida é o controle de acesso de veículos. O reitor diz que 9.986 carros de alunos, professores e funcionários já foram cadastrados e que, para entrar no câmpus da Pampulha, todos os veículos deverão ter um decalque específico, entregue mediante cadastramento.
“Nossa estimativa de acesso é de 18 mil carros por dia, mas alguns entram mais de uma vez. Já cadastramos a metade e acredito que a gente termine isso até o fim do ano. Quem não estiver cadastrado, terá que se identificar com documentos, para poder ter acesso”, explica Campolina. Ele informou ainda que está marcando uma reunião com os bancos que funcionam nos domínios da instituição, para aumentar a segurança. “Retirar o serviço não é a solução, mas vamos ampliar o monitoramento.”
No entanto, dados da universidade indicam que já houve redução nos índices de criminalidade entre janeiro e agosto, se comparado com o mesmo período do ano passado. No caso de furtos e pequenos roubos, o número de casos passou de 90 em 2011 para 83 em 2012. Nesse período, os arrombamentos caíram de 24 para três e os casos de danos ao patrimônio sofreram redução, passando de 24 para 18. “As câmeras já estão inibindo. Às vezes ocorre alguma coisa, mas queremos chegar a zero.”
Ocorrências
Na sexta-feira, duas ocorrências assustaram quem frequenta o câmpus. Primeiro, um rapaz foi vítima de saidinha de banco, depois de sacar R$ 3 mil de um posto da Caixa Econômica Federal, na Praça de Serviços, perto do prédio do Centro de Microscopia da universidade. No fim do dia, o segurança da UFMG Maximiliano Vaz da Silva Neves, de 27 anos, foi baleado em uma troca de tiros com o porteiro Adiel Alves Correia da Silva, de 21, que foi atingido no peito e morreu no local. A suspeita é de que havia uma rixa entre os dois. No domingo, uma máquina de autoatendimento instalada no prédio do curso de odontologia foi arrombada com maçarico. Um funcionário foi rendido pelos bandidos e teve os pés e as mãos amarrados com fios de telefone e TV a cabo. A quantia roubada não foi divulgada.