“O avião estava subindo e de repente houve uma explosão próximo da turbina. A impressão era de uma freada brusca, o avião perdeu a estabilidade e ficou chacoalhando de um lado para o outro. De repente, uma fumaça começou a entrar na cabine. Muitas pessoas passaram mal, todos estavam desesperados”, lembra a passageira. “Já tinha certeza de que iria morrer e minha preocupação naquele momento era apenas que o avião não caísse em cima da cidade de São Paulo, matando mais pessoas”, conta, ainda abalada com o episódio.
Segundo Ângela, depois de 20 minutos o comandante conseguiu pousar, explicou sobre o choque com a ave e foi aclamado pelos passageiros, emocionados por estarem sãos e salvos. Passada a euforia, Ângela disse que ficou impressionada com a falta de fiscalização. “O que mais me impressionou foi que não vi nenhum policial ou autoridade, apenas funcionários da Gol. Nessa hora, vemos que estamos completamente desprotegidos”, afirma.
Segundo o Cenipa, o registro das ocorrências é voluntário, segue normas internacionais e direciona ações de combate aos focos atrativos de colisões. São Paulo liderou as estatísticas do Cenipa sobre risco aviário, com 715 registros de quase colisões, colisões ou avistamentos de aves este ano. Segundo a Anac, depois do incidente a companhia aérea tem que consertar a aeronave e comunicar à agência sobre os procedimentos adotados para que a aeronave volte a operar normalmente.
A assessoria de imprensa da Gol informou que uma ave entrou pela turbina e que houve fumaça por causa da sucção e queima do pássaro. O piloto desligou um dos motores e fez um pouso de segurança em Guarulhos, já que não é recomendado que se pouse apenas com um motor em Congonhas, por causa da extensão da pista. Segundo a empresa, não houve qualquer explosão, o motor da aeronave já foi trocado e ela voltou a operar normalmente.
Como ficou?
Aterro perto do aeroporto foi fechado
Ameaça para o aeroporto de Confins, o aterro controlado de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi fechado em março pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Em fevereiro, o local, que atraía urubus, mobilizou autoridades federais, entre eles representantes da Aeronáutica e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). De acordo com a Semad, a desativação está sendo acompanhada pela equipe de controle e fiscalização ambiental integrada. Os resíduos sólidos de Vespasiano estão sendo levados para o Aterro Sanitário de Macaúbas, em Sabará, também na região metropolitana.