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Estado de Minas

Negociações não avançam e rebelião segue na Penitenciária Nelson Hungria

Os presos seguem no telhado do Pavilhão 1 da penitenciária. Tropa de choque da Polícia Militar já está no local caso precise invadir


postado em 21/02/2013 17:42 / atualizado em 21/02/2013 19:32

Presos querem o retorno das visitas das mulheres grávidas(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Presss)
Presos querem o retorno das visitas das mulheres grávidas (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Presss)

Já passa de dez horas a rebelião na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As negociações começaram por volta das 13h desta quinta-feira e ainda não houve avanço. No início da noite, havia a expectativa da rendição, porém, os presos recuaram e a situação voltou para a estaca zero. Os detentos seguem no telhado do Pavilhão 1 encapuzados e empunhando pedaços de ferro e madeiras. Eles usam colchões para escrever reivindicações, como a saída do diretor do presídio, Luiz Carlos Danúzio. Durante a tarde, mais ônibus com militares da tropa de choque da Polícia Militar chegaram ao local. Uma professora e um agente penitenciário são mantidos reféns.

Veja mais imagens da rebelião

O líder dos detentos, que negocia com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) por um rádio comunicador, foi identificado. Trata-se de Daniel Augusto Cipriano, 29 anos, que tem cinco condenações por roubo e uma por homicídio. Foi ele quem ligou, nesta manhã, para a Rádio Itatiaia e exigiu a presença da imprensa e do deputado estadual Durval Ângelo (PT) da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na penitenciária. Muito nervoso, disse que só libertará os reféns, após cumprimento das exigências. Ele é conhecido pelos apelidos de Carioca e Snap.

No início da tarde, os militares informaram que pretendiam encerrar as negociações até o início da noite. Uma invasão não foi descartada. Porém, ainda não há indícios que isso vai acontecer. Todos os pavilhões da Nelson Hungria estão cercados.

O motim começou por volta de 9h, com cerca de 100 rebelados. Segundo o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, os presos aproveitaram uma distração da segurança. “Foi uma questão de oportunidade. Um deslize do agente. A professora estava na sala e eles renderam primeiro o agente e depois a professora”, disse Murilo Andrade. Em seguida, o agente foi levado para o pátio do pavilhão, onde foi ameaçado por um material parecido com barras de ferro e facas. A princípio, foi descartada a posse de armas de fogo pelos detentos.

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)


Os presos usaram lençóis para escreverem as palavras "opressão" e "sistema". Alguns lençóis e colchões foram queimados e os bombeiros tiveram de conter as chamas. Do lado de fora da penitenciária, foi possível ouvir barulho de bomba e tiros no pavilhão, mas a PM nega que ocorreram disparos. Os rebelados, com rostos cobertos, quebraram telhas e ameaçaram colocar fogo em um detento. Neste momento, eles seguem em cima do telhado gritando para os presos de outros pavilhões para incentivá-los a também fazer um motim. Porém, segundo a Suapi, nos outros blocos todos estão dentro de suas celas.

Durante a tarde, a professora, que é mantida refém, passou mal e teve que ser medicada devido a pressão alta. Por meio do rádio, ela informou aos negociadores que não foi ferida e que está sendo respeitada pelos presos.


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